O senador Pedro Taques (PDT) criticou em Plenário, ontem, a decisão tomada pela Câmara dos Deputados de livrar a deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF) da cassação de seu mandato. A parlamentar enfrentou processo de cassação por ter sido flagrada, em 2006, recebendo propina de R$ 50 mil das mãos de Durval Barbosa, pivô do escândalo que provocou a prisão do então governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda.
Taques asseverou que o mandato parlamentar não pode ter a função de um escudo para a prática de crimes. Para ele, os deputados deveriam ser intolerantes com todos aqueles que roubam ou concordam com roubos. "Infelizmente ontem [terça-feira] a Câmara dos Deputados não deu o exemplo de um estado republicano. Absolveu uma deputada que foi encontrada recebendo dinheiro. A justificativa é que o passado ficou para trás", criticou.
O senador comemorou ainda o apoio, até agora, de mais de 260 mil internautas que votaram, através do site do Senado Federal, favoravelmente à aprovação de projeto de sua autoria que aumenta a pena mínima de corrupção de dois para quatro anos e transforma esse tipo de delito em crime hediondo.
Baseando-se em estudo da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Pedro Taques informou que no Brasil cerca de R$ 69 bilhões são roubados anualmente dos cofres públicos. Com esse dinheiro, segundo ele, poderiam ser construídas 2,9 milhões de casas ou disponibilizados 327 mil novos leitos hospitalares no Brasil.