A presidente Dilma Rousseff (PT) tenta convencer o senador Blairo Maggi (PR) a recuar da posição de “independência” no Congresso Nacional, o que abriria caminho para reaproximação com os republicanos. Enviado por ela, secretário-geral da Presidência, ministro Gilberto Carvalho, se reuniu com Maggi. Mas existe indicativo de que o senador não deverá ceder aos pedidos de reavaliação da postura adotada pela bancada no Senado de saída do bloco de legendas aliadas.
Informações destacam que Maggi se reuniu com Gilberto, recebeu solicitação para recuo da postura endurecida, e pedido para que intercedesse junto aos líderes republicanos para eventual reaproximação com a presidente da República. Mas não houve sucesso inicial. O parlamentar mantém decisão de acompanhar a decisão do grupo de se afastar do conjunto de apoiadores do governo federal nos moldes esperados por Dilma.
A mágoa entre os republicanos é cada vez maior, em consequência da postura adotada pela presidente sobre o quadro de supostas irregularidades no Ministério dos Transportes, no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e Valec, responsável por obras em ferrovias. A avalanche de demissões decretas pela presidente atingiu diretamente o ex-diretor-geral do Dnit, Luiz Antônio Pagot (PR), que teve o nome citado no episódio, o que provocou sua saída da autarquia. Indicado de Maggi, ele mantém bom relacionamento com o senador.
Maggi cobra investigação e esclarecimento do caso e já avisou que espera explicações da presidente Dilma após conclusão dos trabalhos. Líder do PR reconhecido em âmbito nacional, o parlamentar mantinha até a repercussão do quadro, estreito convívio com Dilma. O governo federal deve se preocupar. O PR conta com 7 senadores e 40 deputados federais, o suficiente para no mínimo, amarrar aprovação de matérias.
Por enquanto, os republicanos evitam falar em oposição. Mas Dilma sabe que o fator “voto secreto” é um instrumento que poderá ser usado por membros do PR descontentes em momentos cruciais. O mecanismo abre precedentes para que a bancada firme parceria com o bloco da oposição. E outro ponto ainda mais complicador: o governo federal não tem apoio absoluto entre partidos da base aliada, reforçando possível barreira no Congresso Nacional.