"O procurador-geral da República não pode ser um "esperador da República"". A declaração do senador Pedro Taques (PDT) foi feita, hoje, durante sabatina de Roberto Monteiro Gurgel realizada pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado. Ele foi indicado pela presidente Dilma Rousseff para um segundo mandato à frente da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Na opinião de Taques, o empenho de Gurgel na busca de esclarecimentos sobre as supostas irregularidades, nas consultorias realizadas pelo ex-ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, deixou a desejar. "Seu papel é procurar e, portanto, deveria ter procurado mais informações para esclarecer os fatos", opinou o pedetista ao questionar o arquivamento do caso por falta de provas como alegado por Gurgel. Palocci foi acusado pela mídia de praticar tráfico de influência e, devido às denúncias, pediu demissão.
Gurgel, que já foi chefe de Pedro Taques no Ministério Público, se defendeu das afirmações do senador alegando que os documentos apresentados pelo ex-ministro revelaram que não houve indício de irregularidades sobre os altos valores recebidos pelas consultorias realizadas por Palocci, quando ainda era deputado. "Todos os valores foram declarados à Receita Federal. Meu convencimento é que não tinha mais elementos a procurar", destacou o procurador.