O superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) em Mato Grosso, Nilton de Brito, é o segundo na sucessão direta do Estado a deixar o órgão. O pedido de exoneração dele foi protocolado ontem no Ministério dos Transportes, junto com o pedido de demissão do diretor-geral da autarquia, vinculada ao Ministério dos Transportes, Luiz Antônio Pagot.
A avalanche de demissões, decretadas pela presidente Dilma Rousseff (PT) e encomendadas ao ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, que também atingiu Pagot, levou Nilton a deixar o órgão no Estado em posição de solidariedade ao republicano. Pagot está no centro de uma série de denúncias de irregularidades e corrupção que abala o setor. Nilton, por sua vez, teve o nome relacionado ao caso porque é irmão do empresário Milton de Brito, dono da Engeponte Construções, que mantém contratos com o Dnit, há dois anos, com valores aproximados de R$ 26 milhões. Funcionário de carreira da Secretaria Estadual de Infraestrutura, há 33 anos, ele é indicado de Pagot e assumiu a superintendência do órgão no estado no ano passado.
Ontem, ele demonstrou mágoa com o ocorrido. "O único pecado meu é ter irmão empresário bem sucedido. Não tem nada contra minha pessoa. Meu irmão participou de dezenas de licitações e estou saindo porque sou leal ao Pagot", desabafou. Nilton foi mais além. Disse que Mato Grosso vai perder muito com a saída do republicano e que "alguns setores da imprensa não percebem isso". Diante dos fatos, ele aguarda a publicação no Diário Oficial de sua exoneração para deixar a função no Estado.
O superintendente acrescentou ainda que as ações implementadas por Pagot no comando da autarquia garantiram mais desenvolvimento para o Estado, carente em obras de infraestrutura. Nilton disse que por enquanto não projetou novos planos profissionais, mas que analisa possível período de férias para pensar sobre o futuro.