Mato Grosso perde o principal cargo, que estava tendo, até agora, no governo federal. O diretor geral do Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre (DNIT), Luiz Antonio Pagot, entregou, esta manhã, ao ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, seu pedido de demissão, após passar no departamento se depedir da equipe e agradecer o apoio. O comunicado de Pagot foi entregue ao ministro, pedindo o cancelamento de suas férias, programadas até 4 de agosto. Ele estava afastado do cargo desde que a revista Veja publicou denúncias de pagamento de propinas supostamente para integrantes da cúpula do Ministério dos Transportes. O presidente da Valec José Neves (Juquinha) também deixou o cargo, bem como dois diretores do DNIT e 2 assessores do então ministro Alfredo Nascimento (PR), que pediu demissão. Pagot tentava, há cerca de 20 dias, manter-se no cargo e foi o único dos suspeitos a ir ao Senado e Câmara dos Deputados prestar esclarecimentos, onde rebateu com veemência que tivesse algum envolvimento com o caso.
Pagot deixa a direção geral do DNIT com um dos seus principais objetivos praticamente alcançado: pavimentar a BR-163 – do Nortão a partir da divisa com Pará, até Santarém (onde tem o porto para escoar a produção agrícola e madeireira). A previsão é que deve ficar prontas até o final de 2012 – extensão de aproximadamente 900 km com mais de 20 pontes. Há décadas a pavimentação estava sendo cobrada e começou a sair do papel desde 2007 quando Pagot assumiu o comando do Departamento Nacional de Infra-estrutura, no governo Lula.
Nas regiões Norte e Médio Norte, Pagot também fez obra importante – asfalto novo, com acostamento e sinalização- em cerca de 150 km da BR-163, de Lucas do Rio Verde a Nova Santa Helena, acabando com trechos onde havia muita buraqueira aumentando riscos de acidentes e causando prejuízos para usuários da rodovia.
Líderes políticos de Mato Grosso tentam emplacar outra liderança do Estado em uma das diretorias do DNIT. Mas não será nada fácil. A disputa pelo comando do DNIT não é feito apenas pelo PR -partido de Pagot e do atual ministro dos Transportes-. PMDB e PT estão articulando para comandar o departamento.