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Pagot deve falar sobre denúncias no Dnit após 5 de agosto

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O dia 5 de agosto marcará não apenas o fim do período de férias do diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antônio Pagot (PR), mas principalmente a "promessa" de que irá se pronunciar sobre os fatos que envolvem o afastamento dele do órgão. É um alerta ao PT e ao governo federal, que poderá ter seus quadros ainda mais expostos na sucessão de escândalos sobre fraudes em licitações do Ministério dos Transportes e no Dnit. Na lista de corte do governo federal, Pagot reluta, faz contrapontos sobre a "tempestade política" e dá o tom de aviso, se impondo veementemente aos contratempos. Nesta entrevista exclusiva para A Gazeta, demonstra mágoa com o ocorrido e dá os primeiros sinais de que o atual cenário, já apimentado com série de denúncias, pode ser apenas o começo de um "furacão" a atingir o governo federal.

Não há dúvidas para ele de que o panorama aponta para movimentações no mínimo estranhas com indícios de dados que teriam sido extraídos da Agência Brasileira de Informações (Abin) com possível invasão sobre o Ministério da Justiça. Este poderá ser o principal ponto de partida dele para revidar sua prevista saída do Dnit. Numa avaliação ampla, Pagot deixa clara a possibilidade de o PR ter sido alvo do "fogo amigo". "O governo federal é um bicho muito grande, e dentro tem bichos muito perversos. Não acho que tem a ver com a presidente Dilma Rousseff e nem com principais assessores", analisou, ao dar a deixa de que os ataques insistentes podem estar vindo de membros do governo federal, incluindo do PT.

O escalonamento de matérias relativas ao caso, veiculadas na imprensa nacional e local, remetem o diretor a indagar, assim como o senador Blairo Maggi, também republicano, a origem de parte das informações, como as relacionadas aos pais de ambos "levantadas" nos últimos dias.

Ele rebate as informações ao lembrar que no período, principalmente nos anos de 1963, 1964 com a revolução ou Golpe Militar e 1965, havia perseguições para grupos políticos como os ligados ao PTB, que era a situação de André Maggi e de seu pai. "Quem era do PTB era tratado como a turma dos brizolistas e sofríamos com isso", disse, ao lembrar que diante da prisão decretada pelo Batalhão de Fronteira, houve manifestação na cidade, de aliados para a soltura dos envolvidos. Maggi ingressa na Justiça com ações contra publicações referentes ao tema. Pagot assegura que as informações foram editadas, ou seja, não traduzem a verdade dos fatos ocorridos no período.

Reportagem do Correio Braziliense do dia 17 deste mês, trouxe informações de que André Maggi, pai do parlamentar e o ex-prefeito de São Miguel do Iguaçu, Ferdinando Felice Pagot, pai do diretor do Dnit, foram investigados pelo Serviço de Informação da Polícia Federal, sob suspeita de fazer parte de uma organização supostamente envolvida em compra de terras e tráfico de drogas.

Com sofrimento perceptível em razão do episódio, não se permite declinar. Lamenta o que ele classifica de distorções das informações corretas e revida os questionamentos ao frisar desempenho positivo do órgão. "O Dnit foi a autarquia que teve melhor desempenho na gestão do presidente Lula e no balanço do PAC, nos primeiros 6 meses do atual governo também foi o melhor", pondera. A resposta para a pergunta que não se cala, "o que teria acontecido então?", será dada na versão "Pagot" em breve, abrindo desde já precedentes para movimentação política que poderá atingir o Palácio do Planalto.

Conversa em sigilo no Paiaguás
O assunto "Dnit/Pagot" foi tratado nesta quarta-feira de forma sigilosa no Palácio do governo, em Cuiabá, entre o governador Silval Barbosa (PMDB) e o senador Blairo Maggi (PR). A reunião, a portas fechadas, só teve o teor revelado para membros da cúpula do PT. O impasse sobre a saída do diretor-geral Luiz Antônio Pagot, gera receio do Executivo sobre as consequências de uma ação de "revide" do republicano.

Silval se esforça para manter o quadro sob seu domínio e reforça pedido de apoio para líderes da nacional do PMDB, como o vice-presidente da República, Michel Temer. Maggi dá a etapa como finalizada e entende que Pagot deverá deixar o órgão ao final das férias. Preferindo manter a linha da boa vizinhança, o senador evita apontamentos ao governo federal e à presidente Dilma Rousseff, mas está ciente de um quadro preocupante para o PR.

O futuro do Dnit em Mato Grosso
O superintende do Dnit em Mato Grosso, Nilton de Brito, se reuniu com Pagot em Brasília, para uma longa conversa sobre o que fazer diante das informações que ligam o nome dele ao escândalo. Informações destacam que Pagot confia na possibilidade de o superintendente permanecer no cargo, principalmente se a situação do diretor vir a ser revertida. Por enquanto, Nilton está na mira do governo federal e sua permanência à frente do órgão no Estado seria difícil.

Ele é irmão de Milton de Brito, dono da Engeponte Construções, que fechou contratos com a autarquia nos últimos dois anos no valor aproximado de R$ 26 milhões. O fato culminou na inclusão do nome de Nilton na lista dos que deverão deixar o comando do órgão. É indicado de Pagot, o que reforça a tese da presidente Dilma de que a todos os supostamente envolvidos no episódio devem deixar as funções, para investigação e esclarecimento dos fatos.

Demissão de petista é irreversível
Petista Hideraldo Luiz Caron, diretor de Infraestrutura Rodoviária do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), será mesmo demitido. Segundo Pagot, ele acompanhou todas as reuniões do órgão quando foram definidas todas as obras e as licitações, suspensas por decisão da presidente Dilma Roussef. Caron gastou a sola dos sapatos nos corredores do Palácio do Planalto atrás de apoio para ficar no cargo. Mas foi em vão.

O aviso de que não há a possibilidade de ele permanecer na mais importante diretoria do Dnit foi dado a Caron pelo ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos. Desde então, Caron passou a trabalhar, na tentativa de se garantir. Só que encontrou resistência no PR, partido da base da presidente Dilma Rousseff mais prejudicado com a crise nos transportes, que exige a saída dele. Os parlamentares do PR já fizeram chegar ao ouvido da presidente Dilma que se o petista não for afastado os representantes do partido não pagarão a conta sozinho. Mais. Darão o troco.

A rebelião anunciada poderá não esperar a volta aos trabalhos do Congresso, em agosto. Hideraldo, petista e gaúcho, antigo aliado da presidente Dilma no Rio Grande do Sul, foi avisado de que poderá até encontrar espaço em outro setor mas que será impossível mantê-lo no Dnit.

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