O dono da Engeponte Construções, Milton de Brito, irmão do superintendente Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) em Mato Grosso, Nilton de Brito, fechou contratos no valor de R$ 26 milhões com o órgão federal nos últimos dois anos no Estado. É o que revela reportagem da edição da Folha de São Paulo, publicada hoje. De acordo com a publicação, o empresários negou favorecimento a sua empresa e disse que até pediu ao irmão que deixasse o posto e fosse trabalhar para ele no empreendimento.
A empresa do irmão do superintendente foi vencedora de uma licitação de R$ 10 milhões para a construção de quatro pontes ao longo da BR-158, em 2009. Neste ano, Nilton era o coordenador-geral de desenvolvimento de projetos da direção do órgão, em Brasília. Já no ano passado, a empresa montou um consórcio com outro empreendimento para vencer uma licitação de R$ 41 milhões para pavimentar 48 quilômetros da BR-242, na região Norte do Estado. A Engeponte ficou com 40% do valor, ou seja, R$ 16 milhões. “À Folha o dono da Engeponte reconheceu que a empresa, que existe desde 2002, não manteve nenhum contrato com o Dnit antes de 2009”, aponta trecho da reportagem.
O superintendente em Mato Grosso disse que não pode impedir parentes de trabalharem como empreiteiros. “Ele é engenheiro, tem empresa há muito tempo, já trabalhava com o Dnit, não posso impedi-lo de trabalhar. Eu não tenho vínculo com ele, sou funcionário público”, respondeu ao jornal.
Nilton de Brito é homem de confiança do diretor-geral afastado do Dnit, Luiz Antonio Pagot. Ele foi nomeado para a superintendência em 2010. Já havia ocupado outros cargos no órgão em Brasília e até mesmo no governo do Estado, quando Pagot era secretário do governo Blairo Maggi (PR).