Nova "leva" de denúncias sobre o diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte, Luiz Antônio Pagot, atinge de forma mais emblemática nos últimos dias o senador Blairo Maggi, considerado padrinho do republicano na autarquia vinculada ao Ministério dos Transportes. As notícias de que empreiteiras como a construtora Sanches Tripoloni, uma das maiores doadoras de campanha do senador, teria sido beneficiada com contratos no Dnit, são rebatidas por líderes como o deputado federal Wellington Fagundes.
Ele ressalta a legalidade dos procedimentos relativos às doações, como previsto pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e destaca que a realização de licitações faz parte do processo legal. Admite que empresas diretamente ligadas a ministérios e órgãos colaboram nos processos eleitorais, por meio das doações. E alerta que todos os procedimentos precisam ser esclarecidos sob risco de mais prejuízos para o Estado. A Construtora Sanches teria repassado cerca de R$ 2,5 milhões para o partido em âmbito nacional. O deputado Homero Pereira (PR) entende que a polêmica foi gerada por "interesses" políticos, oriundos de legendas que visam assumir o Ministério dos Transportes e o Dnit.
O jornal Folha de São Paulo trouxe na edição de domingo histórico de Pagot e da ligação com Maggi, lembrando a trajetória percorrida pelo economista, que chegou no grupo André Maggi como consultor, em 1993, passando pelo governo Maggi e sendo alçado à condição de diretor-geral do Dnit. As notícias publicadas nos últimos dias também atinge familiares de ambos. Matéria do jornal Correio Braziliense, edição do domingo, destaca que as famílias de Maggi e de Pagot teriam no passado estado sob crivo (1970) da Polícia Federal. Segundo o jornal, o grupo investigado pela PF, acusado de fazer parte de esquema ilegal envolvendo terras, era "capitaneado" por André Maggi, pai do senador e pelo ex-prefeito de São Miguel do Iguaçu (PR), Ferdinando Felipe Pagot, pai de Pagot. Maggi e Pagot não foram localizados para comentar o assunto.