O deputado estadual e secretário-geral do Partido da República (PR), Emanuel Pinheiro, afirmou que o diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) pode ser expulso do partido caso seja confirmado a participação dele no esquema de pagamento de propina no órgão em troca de contrato de obras. Em entrevista a rádio CBN Cuiabá, o parlamentar explicou que o caso precisa primeiramente ser investigado e somente depois é que a direção do partido deve tomar algum tipo de medida neste sentido.
O parlamentar declarou que o afastamento de Pagot traz um desconforto a legenda em Mato Grosso e também em nível nacional. Porém, ele ressaltou que o partido é maior do que toda a turbulência que foi criada nestes últimos dias. Segundo ele, há lideranças experientes na base da legenda que pode contornar a situação delicada que o partido vem passando com este escândalo.
Conforme Só Notícias já informou, além de Pagot foram afastados o presidente da estatal Valec, José Francisco, o “Juquinha”, o chefe de gabinete do ministro, Mauro Barbosa, e o assessor do Ministério dos Transportes, Luiz Tito. Em nota, Nascimento confirmou o afastamento dos citados, mas negou qualquer tipo de irregularidade.
Pagot negou a participação em esquema de cobrança de propina no órgão em troca de contratos de obras. Ele classificou as informações publicadas na revista Veja como falsas e injustas. Ontem ele se reuniu com o senador Blairo Maggi e negou todas as acusações. Disse que, se mantido seu afastamento, poderá pedir demissão.
A Veja informa que, na semana passada, Dilma teve uma reunião dura com o ministro Alfredo Nascimento, Luiz Pagot e demais integrantes da cúpula do ministério. Informa que, com planilhas e documentos sobre a mesa, Dilma elevou o tom no encontro com representantes da pasta. “O Ministério dos Transportes está descontrolado”. A presidente chamou de “abusiva”, por exemplo, a elevação do orçamento de obras em ferrovias, que passou de R$ 11,9 bilhões, em março de 2010, para R$ 16,4 bilhões neste mês – salto de 38% em pouco mais de um ano. Dilma também se irritou em especial com a Valec, estatal que cuida da malha ferroviária, e com o Dnit, responsável pelas rodovias.