A juíza Tatiane Colombo negou o pedido do prefeito afastado Júlio César Ladeia (PR), de Tangará da Serra, para suspender a investigação sobre supostos desvios de recursos da saúde pública do município. O trabalho vem sendo feito por uma Comissão Especial de Investigação (CEI) que deve apresentar parecer nessa quarta-feira (01) e que pode levar à cassação do republicano.
A magistrada negou o pedido nessa sexta-feira (27), quando apreciou o pedido liminar (provisório) feito em um mandado de segurança. Com isso, é praticamente certa a apresentação do relatório no plenário da Câmara nessa semana e que pode complicar a situação do prefeito. Ladeia já está afastado pela Câmara pelo prazo de 90 dias por causa de 27 denúncias feitas por entidades de classe.
“Não vislumbro a existência dos pressupostos autorizadores da concessão de medida liminar”, afirma a juíza na decisão que já foi comunicada oficialmente ao prefeito afastado. Ela alega que não há indícios de que a CEI realizou o trabalho nos últimos 100 dias sem dar amplo direito à defesa e respeitar o devido processo legal.
Ladeia espera também com um recurso (mandado de segurança) suspender o afastamento aprovado há pouco mais de 2 semanas. Ele alega que a decisão da Câmara foi tomada apenas por interesses políticos de grupos que teriam usado entidades de classe. O prefeito afastado garante estar sendo perseguido por uma quadrilha que sonegou milhões em impostos municipais e teria induzido vereadores da cidade a aprovar o afastamento dele.
O município de Tangará da Serra, de onde surgiram muitos escândalos nos últimos anos, vem sendo administrado pelo vice-prefeito José Jaconias (PT). Ladeia, no entanto, diz estar otimista com a possibilidade de rever a situação.