Dispostos a conseguir aprovação do novo Código Florestal (PL 1876/99), prevista para hoje no Congresso Nacional, a base ruralista se prepara para disputar, voto a voto, os dois principais pontos de conflito da matéria: recomposição de reserva legal e Áreas de Proteção Permanente (APPs). Líder do setor produtivo da bancada federal mato-grossense, o deputado Homero Pereira (PR) participa nesta tarde de nova rodada de discussões com a equipe do governo federal e parlamentares. Diante da possibilidade de não validação de consenso, Homero avisa que a queda-de-braço poderá ser definida no plenário.
Coordenador da bancada federal, Wellington Fagundes (PR), alerta para a necessidade de votação urgente da matéria, sob risco de extensão dos reflexos negativos decorrentes da indefinição do assunto. Ele se alia à bancada ruralista em relação à aprovação de pleitos da classe como em relação à área produtiva. Lembra ainda a necessidade de "união" para garantir pontos que deverão assegurar a continuidade do "trabalho que vem sendo desenvolvido em Mato Grosso, que mantém a produção em sintonia com as ações ambientais".
Para garantir o contra-ponto dos debates acirrados, representantes do setor produtivo prometem dar ainda mais vigor à esperada votação. Presidente da Federação da Agricultura e Pecuária (Famato), Rui Prado integra comitiva do Estado, formada ainda por outras entidades que reforçarão o pedido para votação da matéria conforme relatório do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP). A posição do relator se aproxima da gestão ruralista.
A pauta de votação prevê ainda 11 medidas provisórias que trancam os trabalhos das sessões ordinárias. Além do novo Código Florestal, os parlamentares deverão votar as novas regras para licitações. O cenário poderá se tornar ainda mais acalorado devido às manifestações do setor ambiental, que também promete defender normas rígidas no texto.
Ao analisar a proposta, conforme os preceitos ambientais, Homero demonstra preocupação com as consequências do processo. Ele lembra que o Estado possui a base da economia no setor produtivo e que a validação da legislação, nos termos esperados pelo ambientalistas, vai projetar ambiente restritivo para áreas plantadas. Ele buscou ampliar as discussões ontem através do Twitter, por meio de debates com internautas.
O parlamentar criticou as regras rígidas impostas pelo governo federal sobre o PL, que mantém o endurecimento da União sobre as ações da área produtiva do país. Nas reuniões desta tarde, a luta é por um entendimento. Caso não seja consolidado denominador comum, a batalha será travada no plenário em relação aos pontos conflitantes. Homero aposta na chance de vitória, destacando que a posição sobre itens como áreas consolidadas não estão amarrados em questões da oposição ou da base governista.