“Juridicamente, hoje não há a possibilidade de montar a CPI”. A afirmação é do vereador e ex-presidente do legislativo Hilton Polesello (PTB). Ele, juntamente com o vereador Maximino Vanzella (DEM), líder do prefeito Chicão Bedin (PMDB), são os únicos escolhidos, até o momento, para compor a Comissão Parlamentar Inquérito (CPI) que investigará denúncias de corrupção inicialmente feitas ao Ministério Público, envolvendo vereadores, secretários e o prefeito.
De acordo o parlamentar, o problema está na escolha do terceiro integrante da comissão. Pelo regimento, os vereadores que assinam o requerimento para criação da CPI, além do presidente Luis Fabio não podem participar como membros. Da mesma forma, os parlamentares supostamente envolvidos no escândalo. Com isso, sobraria apenas três vereadora aptos a compor a comissão, dois da situação (Vanzela e Paulo da Farmácia) e um a oposição (Polesello). Desta forma, a CPI não respeitaria a proporção, já que a situação tem apenas dois vereadores, enquanto a oposição oito. “Não há como avançar, pois ela pode ser questionada depois”, disse, em entrevista ao Só Notícias.
“O presidente já pediu auxílio jurídico externo para avaliar esta situação. É provável que a CPI espere por alguma manifestação do Ministério Público para sabermos se algum dos vereadores citados na denúncia não estão comprometidos e possamos montá-la”, explicou.
Conforme Só Notícias já informou, a CPI foi aprovada no início do mês. São apresentadas versões distintas para o caso: uma de que cinco vereadores estariam cobrando propina para apoiarem o prefeito e a outra de que o prefeito estaria tentando corromper parlamentares em busca de apoio. O requerimento cita para serem investigados os secretários municipais Santinho Salerno e Zilton Almeida e o prefeito, além dos vereadores Chagas Abrantes (PR) e Gerson Francio (PSB), o “Jaburu” (PSB).
A divulgação de um vídeo com diálogos entre o secretário Santinho Salerno, os vereadores Chagas e Jaburu, no final do ano passado, acabou resultando na criação da comissão. No vídeo, postado no You Tube, Santinho diz que Jaburu “pediu R$ 100 mil” para dar apoio ao prefeito. Depois, Jaburu entra na sala, começa a dialogar e fala que o valor aumentou para R$ 400 mil. A gravação foi feita ano passado porque, em um trecho, o secretário sugere tentativa de acerto para vereadores antes do natal.
No You Tube, não consta o nome do autor das gravações e o vídeo foi postado na conta “speedysilva1979” (não há mais informações de quem seja). A data que foi divulgado é do último dia 1º de abril.
O prefeito Chicão Bedin disse, anteriormente, que se pronunciaria somente após a manifestação oficial do Ministério Público Estadual sobre o caso.