O senador Pedro Taques (PDT) votou, ontem, na reunião da Comissão Especial da Reforma Política do Senado, pela extinção das coligações partidárias nas eleições proporcionais. A proposta foi aprovada por unanimidade. Ao defender a extinção das coligações, Taques destacou que o Brasil tem acompanhado as mais absurdas coligações partidárias do ponto de vista ideológico. “São partidos de direita coligados com partidos de esquerda, de extrema esquerda, se é que ainda podemos falar, no atual momento, de esquerda e direita. Isso é um absurdo, mas encontramos isso pelo Brasil”. Dos 18 senadores que discursaram, nenhum propôs a manutenção das coligações partidárias em eleições proporcionais.
A Comissão da Reforma Política discuti ainda os sistemas eleitorais que definem a forma como são eleitos deputados federais, deputados estaduais e distritais e vereadores. Devido a diversidade de opiniões sobre os sistemas eleitorais, a decisão foi adiada para a próxima terça-feira (29). Na ocasião, os senadores vão escolher dentre as três propostas mais votadas hoje: o voto distrital misto com lista fechada; o “distritão” e o voto proporcional com lista fechada. O sistema escolhido por 5 dos 15 membros da comissão foi o voto proporcional com listas fechadas como ocorre no atual modelo eleitoral do país. Entretanto, os eleitores passam a votar nos partidos e não mais diretamente nos candidatos.
O senador Pedro Taques defendeu a adoção do voto distrital misto com lista fechada. “Entendo que este sistema seja o mais interessante. Agora, desde que possamos democratizar o partido político, evitando o caciquismo político”, disse Taques.
Segundo o pedetista, o voto distrital misto permite que o partido apresente seu candidato em cada distrito. Dessa forma, o mais votado é eleito e a soma de votos dos candidatos de cada partido no distrito define o número de cadeiras de cada partido na eleição proporcional. Além de Taques, outros três senadores defenderam o voto distrital misto com lista fechada.
O “distritão” também recebeu quatro votos. Nesse modelo, os Estados e o Distrito Federal são transformados em distritos, com a eleição de seus representantes pelo voto majoritário.