Oito deputados estaduais e três federais de Mato Grosso abriram discussões para ingressarem no novo partido criado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, o Partido Social Democrático (PSD). E podem se tornar a grande força política caso essas migrações se confirmem, já que receosos de uma represália na Justiça Eleitoral por parte dos atuais partidos a que estão filiados, os parlamentares mantêm o assunto longe do foco e das discussões.
Um dos nomes que mais aparece é o do ex-governador Júlio Campos, atual deputado federal pelo Democratas que não menos diferente em Mato Grosso, vive a mesma crise do nacional, ou seja, a cada disputa eleitoral perde consistência e representatividade. O DEM, ex-PFL, que já chegou a ser uma das maiores siglas do país, hoje não passa de um partido nanico, do mesmo tamanho que outras siglas partidárias. Campos em princípio não admite e chega a brincar falando que se for convidado vai pensar, mas numa reunião no partido ele teria colocado o assunto na mesa e admitido estudar uma possível troca de sigla.
Outro nome seria do deputado José Riva (PP) que não demonstra descontentamento com seu partido, mas teria sido sondado e gostado da possibilidade, principalmente porque neste primeiro momento o PSD já sinalizava para uma futura fusão com o PSB e outras siglas que fariam da mesma um das mais importantes no cenário político nacional.
O fato que mais agrada os possíveis e novatos sociais democratas seria o afinamento com a presidente Dilma Rousseff (PT), que apesar de nova no mandato, já dá demonstrações de personalidade forte e principalmente de estar construindo uma longa e duradoura caminha de oito anos de mandato, com uma reeleição em 2014. Outra questão seria a disputa interna entre as duas grandes agremiações, o PMDB e o PT, que afugentariam as possibilidades dos partidos menores de terem desempenhos eleitorais satisfatórios.
Já em Mato Grosso, o maior partido em número de filiados é o próprio Democratas, que pode sair deste processo partidário deflagrado pelo prefeito Gilberto Kassab mais diminuído ainda em seu poder ofensivo que é de um senador, um deputado federal, dois estaduais, 23 prefeitos e uma centena de vereadores. As demais siglas são medianas e fortes de acordo com suas presenças nas administrações políticas.
"Já houve inclusive encontros com os principais articuladores e com o próprio Kassab", disse um deputado que pelo menos por enquanto evita tratar do assunto claramente, receoso de represálias por causa do atual partido em que se encontra filiado.