O auditório da Assembleia Legislativa esteve lotada e com manifestantes com os ânimos exaltados durante a audiência pública para debater a saúde e a possível implantação do novo modelo de gestão da saúde que o atual secretário de Estado de Saúde, Pedro Henry, pretende adotar no Estado. A audiência teve mais de três horas de duração. Cerca de 300 profissionais da saúde da rede estadual acompanham a audiência que foi conduzida pelo presidente da Assembleia Legislativa, José Riva, e com a participação de Henry.
Toda vez que o secretário tentava falar era vaiado pelos manifestantes. Tanto Riva quanto Henry chegaram a se irritar com os manifestantes. “Isso não é a Casa da baderna”, exclamou Riva. “Deputado Riva, assim fica difícil”, externou Henry. Mesmo sob críticas e vaias, Henry tentou por quase uma hora explanar a proposta sobre a transmissão do comando das unidades hospitalares às Organizações Sociais. Os representantes da categoria fizeram duras críticas ao modelo de gestão estabelecido pelo secretário e repudiaram a possibilidade de tercerização dos hospitais regionais.
De acordo com a assessoria de imprensa, Henry também reafirmou que não quer causar desemprego e assumiu o compromisso, em nome do governo, para garantir aos movimentos sociais, Tribunal de Contas e AL, que será formada uma comissão para fazer a gestão dos recursos. “O governo quer atender a angústia do povo de Mato Grosso, que não aguenta mais essa situação”.
O presidente do Sindicato dos Médicos de Mato Grosso, Edinaldo Lemos, ressaltou que a participação maciça dos profissionais na audiência demonstra a união e força da sociedade. Para ele, a situação de caos da saúde nunca foi culpa dos servidores, pois se estão desestimulados, se houve incompetência ou negligência a culpa não é do setor público “e sim do gestor que deveria cobrar isso, porque o estado tem que prover saúde à população. Mas, se o gestor não se sente competente pra agir, que peça a opinião dos servidores e pessoas envolvidas no sistema”, afirmou, durante a reunião.
Outro ponto polêmico da audiência foi o descontentamento por parte dos vereadores de Cuiabá. Representando a câmara, o vereador Antônio Fernandes (PSDB), criticou a desorganização do evento que deveria tratar sobre um assunto sério. “A privatização da saúde é um assunto sério que deve ser debatido com maturidade e equilíbrio, não de forma desorganizada como esta audiência”, afirmou, por meio da assessoria, o vereador Toninho de Souza, que também se retirou do evento por não concordar com a “bagunça”.
(Atualizada às 19h06)