O Democratas e o próprio governador Silval Barbosa (PMDB) procuram uma solução alternativa que leve o partido a apoiar a administração estadual sem desgastar os partidos de base que se sentem desprestigiados pelo imbróglio criado no impasse entre a sigla participar ou não do governo do Estado.
O nome do também deputado novato Dilmar Dal"Bosco foi colocado na mesa de discussão e será tratado no encontro entre a cúpula do DEM e o governador no próximo dia 14, logo após as festividades de carnaval. O problema é que Dilmar Dal"Bosco teria que ser incumbido de missão diferente da oferecida ao também democrata, Zé Domingos, que seria na Secretaria de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar Sedraf.
Na reunião e almoço que o governador oferecerá ao DEM, os ingredientes passam muito longe apenas da composição de governo e da presença do partido, passam também pela representatividade e peso político da sigla nas eleições municipais, pois segundo a Justiça Eleitoral, o partido é quem reúne o maior número de filiados em todo Mato Grosso, em que pese ter nos últimos anos minguado sua representatividade política.
A decisão do DEM de institucionalmente participar do governo Silval Barbosa (PMDB) tem reflexo principalmente na angustia vivida nacionalmente em que a maior liderança do partido, prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, ameaça deixá-lo.
Silval tendo os democratas do seu lado consolida uma ampla frente política e passa a ter uma condição privilegiada, inclusive em relação aos demais partidos da base (PR, PP e PT), comandando e decidindo as questões administrativas e políticas e poderá inclusive definir muitos entendimentos em relação à sucessão municipal de 2012 e construir uma sólida composição para a própria sucessão em 2014, quando não poderá disputar o governo do Estado por já ter sido reeleito em 2010.
Fora isso, a chegada do DEM desmantela a provável frente arquitetada pelo senador Pedro Taques (PDT) e o empresário Mauro Mendes (PSB), no sentido de conquistar importantes municípios nas eleições municipais para poder concorrer ao Estado em 2014. Sem o DEM, o PTB que caiu nos braços de Silval, e os demais partidos, inclusive com simpatizantes dentro do PDT, PSB, principais partidos do Movimento Mato Grosso Melhor Pra Você, as coisas se tornam favoráveis ao atual governador.