Mato Grosso poderá ter uma nova forma de administração da saúde pública. Os deputados estaduais aprovaram, agora à noite, o projeto que autoriza o governo a repassar para uma Organização Social (OS), sem fins lucrativos, a administração dos hospitais públicos regionais. A nova gestão segue modelos já implantados em cidades como São Paulo, por exemplo, onde a Organização dos Freis Franciscanos, administram algumas instituições de saúde, entre elas UPAS (Unidade de Pronto Atendimento de Saúde), no estado paulista.
Segundo o deputado José Domingos (DEM), a nova forma de administrar pode ser a saída para o caos que encontra a saúde no estado. “Pior que “tá” não fica. É um novo modelo de gestão que significa mais eficiência, melhor atendimento ao paciente, fim das filas, das longas esperas de cirurgias, enfim, melhores condições de trabalho para todos”, destacou.
Hoje, segundo o parlamentar, o governo gasta mais de R$ 1 bilhão por ano com a saúde e cerca de 15% desse total, ou seja R$ 150 milhões, são dívidas que ficam acumuladas de um ano para outro. “Com isso (nova gestão) o governo espera aplicar recursos com mais eficiência, pois o estado gasta mal com a gestão que vem sendo utilizada há anos”, disse ao referi-se dos custos de um paciente da rede estadual que custa 10 vezes mais que do SUS. “Vivemos uma saúde ajudicializada onde o governo gasta muito com mandatos judiciais para garantir saúde aos pacientes de casos mais graves”, apontou.
De acordo com o deputado, o governo já está em contato com a congregação dos Franciscanos para a possibilidade de assumir a gestão da saúde pública dos hospitais regionais do estado. Ainda esta semana, o projeto deve ser encaminhado para o governador para ser sancionado e a previsão, conforme José Domingos, é que ainda nesse semestre a nova gestão seja implantada.
No Nortão, Sorriso deve ser o primeiro hospital a receber a nova administração. O projeto foi aprovado em segunda e última votação, sem emendas.