Estudo técnico encomendado pelo deputado estadual Walter Rabello (PP), feito nas grandes cidades do país, mostra a importância e a viabilidade dos radares eletrônicos na redução de acidentes de trânsito. Rabello quer, com isso, provocar a discussão sobre o assunto que, em Cuiabá, tem gerado muita polêmica todas as vezes que é abordado. Com os radares operando de forma correta, ou seja, oferecendo as devidas sinalização e orientação aos condutores de veículos, a redução no número de acidentes será facilmente percebida nas principais vias públicas da capital.
Walter Rabello cita exemplos de cidades que, há anos, já adotam os radares como instrumento de combate à violência no trânsito. Uma deles é Curitiba, que no período de 2004 a 2009, reduziu em 20,3% os acidentes de trânsito, mesmo aumentando em mais de 30% a frota urbana de veículos.
Em Dracena -SP, cidade de médio-porte e com intenso fluxo de automóveis e motocicletas, entre 2009 e 2010, registrou uma redução 27% nos acidentes e incremento de 5% na frota de veículos.
Outro exemplo de sucesso dos radares é a capital de Sergipe. No período de 2008 e 2009, houve uma queda de 15% em acidentes no trânsito de Aracaju, cuja frota cresceu em 4%.
"Tentar destruir todos os argumentos e estatísticas que apontam os radares como instrumentos para diminuição dos acidentes de trânsito, dizendo que eles servem como indústria de multas, é uma simplificação que não ajuda a maturidade de um debate sobre a violência no transito urbano de Cuiabá", aponta Rabello.
Conforme o estudo são necessários critérios técnicos para a instalação dos radares e a observação do respaldo legal, além da regulamentação devida, de acordo com a sinalização exigida "e com a necessária transparência dos atos do poder público, enfim, o princípio da publicidade deve ser obedecido".
O motorista, ainda de acordo coma conclusão do levantamento, deve ser informado a respeito da existência dos radares, porque sem essa publicidade indispensável, esses aparelhos seriam transformados em vulgares "fábricas de multas".
A utilização desses mecanismos de forma dissimulada, sem a indispensável publicidade, sem a afixação das placas destinadas a orientar e a educar o motorista, os transforma inapelavelmente em simples armadilhas ilegais, incapazes de gerar autos de infração válidos.
"É preferível ver um filho sendo multado do que morto vítima da violência do trânsito e nesse pontos os radares tendem a ajudar na educação do trânsito , o que lá ponta vai também desafogar os pronto socorros de Cuiabá e Várzea Grande, por exemplo", completa Rabello.