O Ministério Público Eleitoral (MPE) ingressou com representação no Tribunal Regional Eleitoral (TRE/MT) solicitando a cassação do diploma do governador reeleito Silval Barbosa (PMDB) e do vice-governador Chico Daltro (PP) pela suspeita de formação de caixa 2.
A peça assinada pelo procurador regional eleitoral, Thiago Lemos de Andrade, se baseou nos documentos referentes à prestação de contas da campanha eleitoral e revelam indícios de arrecadação e gastos ilícitos. O relator do processo é o juiz Samir Hammoud que deverá apresentar voto ao plenário acatando ou não os argumentos oferecidos.
Conforme a documentação, na lista de possíveis irregularidades estão a movimentação de verbas sem o devido trânsito em conta específica, superfaturamento do valor das despesas e a declaração de “gastos fantasmas”.
Um dos pontos mais questionados é que a data de cheques descontados não corresponde às datas de quitação de despesas declaradas com dinheiro retirado das agências bancárias. Um cheque no valor de R$ 11.123,22 teria sido descontado no dia 8 de outubro, porém, constatou-se que essas dívidas foram pagas no dia 1º de outubro.
Em depoimento à Justiça no dia 7 de dezembro, dois cabos eleitorais afirmaram que não houve o recebimento de R$ 527. Porém, revelam que dez dias depois foram procuradas para receber a quantia em dinheiro. Para ter mais esclarecimentos, o procurador regional eleitoral Thiago Lemos de Andrade solicitou a oitiva de sete testemunhas arroladas no processo e o exame grafotécnico de cabos eleitorais que teriam supostamente trabalhado na campanha de Silval Barbosa.
Outro lado – O advogado Francisco Faiad informou que vai se manifestar somente após ser notificado da representação, o que deve ocorrer nos próximos dias.