Candidato derrotado ao Senado, o deputado federal Carlos Abicalil (PT) ingressou no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MT) solicitando a cassação do diploma do senador eleito Pedro Taques (PDT) pelo suposto uso de caixa 2 na campanha eleitoral.
Um dos argumentos do advogado Heitor Correa da Rocha é a arrecadação de recursos oriundas de fonte supostamente ilícita. Na prestação de contas entregue à Justiça Eleitoral, consta a doação de horas/voo de uma aeronave pela empresa CVL Indústria e Comércio de Biodiesel Ltda, porém, pertence a empresa Bracol Holding Ltda, o que configuraria crime eleitoral. “Observamos que algumas pessoas que trabalharam na campanha de Pedro Taques não aparecem na prestação de contas e tampouco prestaram serviços, o que dá a suspeita de formação de caixa 2, que é gasto de dinheiro não declarado à Justiça Eleitoral”, explicou Rocha.
A omissão de gastos com pessoal seriam as despesas com seis funcionários que antes pertenciam ao escritório do deputado estadual Otaviano Pivetta (PDT), candidato derrotado a vice-governador na chapa encabeçada pelo empresário Mauro Mendes (PSB).
Os advogados de Abicalil ainda sustentam que não há registro de pagamento do comandante da aeronave. “Não consta, porém, em sua prestação de contas despesas relativas ao pagamento de piloto. Fato que revela, consequentemente, a existência de Caixa 2”, diz trecho da ação.
Abicalil disputou uma das vagas ao Senado pelo PT, mas foi surpreendido na reta final de campanha pelo crescimento de Taques.
Outro lado – A assessoria jurídica de Pedro Taques afirmou que já nascem “raquíticas” as alegações de Abicalil pois se fundamentam em dados da prestação de contas de campanha já aprovada pelo Tribunal Regional Eleitoral.
O senador eleito também declara que vê com naturalidade mais uma tentativa de anular por meio jurídico a decisão do eleitorado mato-grossense já que em sua primeira eleição, impôs vantagem de mais de 175 mil votos em Abicalil. Taques assegurou que se coloca à disposição da Justiça para qualquer esclarecimento.