A Câmara Cuiabá decidiu mudar a rotina depois ser invadida por 2 homens e 1 mulher que furtaram discos rígidos de computador (HD) com informações de todos os servidores da Casa, inclusive dos vereadores. Até homens do Exército vão ajudar na segurança.
De acordo com o presidente em exercício da Câmara de Cuiabá, vereador Antônio Fernandes (PSDB), as medidas foram tomadas ontem e devem ser colocadas em prática a partir de segunda-feira (17). A invasão e o furto de HD representam o sexto crime em menos de 2 anos e já levantam suspeitas de motivação política.
O Exército Brasileiro, que conta a Junta Militar funcionando no prédio da Câmara através do projeto Casa da Justiça e Cidadania, destacou 1 soldado. A Prefeitura de Cuiabá designou 4 guardas municipais para se juntarem aos 2 seguranças do Legislativo. Com a reativação de mais 4 câmeras do circuito interno, o prédio passa a ser monitorado por 12 filmadoras, que chegaram a flagrar os 3 bandidos na Secretaria de Recursos Humanos, de onde foram levados na quarta-feira (12) os 2 HDs e 1 monitor.
No caso do cadastro dos visitantes, a Mesa Diretora da Câmara já havia implantado isso na gestão do presidente Deucimar Silva (2009/2010). O parlamentar chegou a ser escoltado por policiais militares depois de ter a residência invadida há 2 anos. É a primeira vez que o Legislativo contará com um esquema especial de segurança.
Ontem, a Câmara foi vistoriada pelo delegado Francisco Kunze, responsável por investigar o arrombamento e o furto de HD. Ele requisitou no mesmo dia os computadores que tiveram os HDs levados. "Estamos tomando todas as medidas necessárias para evitar que ocorram novas situações como essa", afirma o vereador Antônio Fernandes, que responde pela Câmara diante da licença do presidente Júlio Pinheiro (PTB).
Os recentes crimes na Câmara chamam atenção porque vários objetos de valor não foram levados. O trio que invadiu o Legislativo se preocupou apenas em levar principalmente os HDs com informações dos servidores. Eles foram flagrados pelo circuito interno, mas não foram reconhecidos ainda.
Além de pedir investigação sobre o arrombamento e furto à Secretaria de Segurança Pública, a Câmara já instaurou uma sindicância interna para apurar suposta ligação de servidores. As informações levadas nos HDs contêm nomes, endereços, CPF, RG, valor do salário recebido, tempo de carreira e a função de todos os servidores, inclusive os 19 vereadores em exercício e os suplentes que chegaram a assumir os cargos nos últimos anos. Esse é 6º crime na Câmara de Cuiabá em menos de 2 anos. Curiosamente, 5 deles ocorreram em 2009, logo após o início da gestão do então presidente Deucimar Silva. No caso do último crime, também ocorreu pouco mais de 10 dias do após o início da gestão.