Por conta de incapacidade financeira, o prefeito Chico Galindo (PTB) admite repassar a execução de três lotes do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) ao governador Silval Barbosa (PMDB). O motivo é a defasagem de preços em relação ao projeto original assinado em 2007 o que leva ao acréscimo de R$ 15 milhões. "A Prefeitura não tem esse dinheiro e não vejo outra alternativa senão repassá-los ao Estado, até porque, ninguém está preocupado com vaidade política, mas em beneficiar a população com a conclusão de obras essenciais", afirmou.
O assunto já vem sendo tratado com a cúpula do Palácio Paiaguás. Ontem, Galindo recebeu em seu gabinete para uma rápida reunião o secretário de Cidades, Nico Baracat, que não vê problema algum do Estado assumir obras do PAC 1. A legalidade deste procedimento administrativo já é estudado pela Procuradoria Geral do Estado (PGE) em parceria com a Procuradoria Geral do Município.
As obras que deverão permanecer com o Estado são o lote 1 que trata da ampliação do sistema de tratamento e distribuição de água, que por sua vez está ligado a Estação de Tratamento de Água (ETA) Tijucal; duas Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) e outra estação elevada de tratamento de água e esgoto. Os outros projetos que somados ultrapassam R$ 200 milhões e envolvem obras de pavimentação asfáltica e habitação continuarão com a responsabilidade do município. "Os demais já estão licitados e estamos aguardando a liberação da CEF", informou Galindo.
Os três lotes que deverão ser repassados ao Estado estavam na responsabilidade do grupo de empreiteiras que compõem o Consórcio Cuiabano, envolvida num suposto esquema de fraude em licitações desarticulada pela Polícia Federal na Operação Pacenas, arquivada pela Justiça Federal por falhas no andamento processual. Após a prisão dos empresários, as obras permaneceram interrompidas, o que leva a uma diferença de preço nos materiais, dificultando a retomada.