A administração do prefeito Mauro Mendes (PSB) inicia seu mandato de quatro anos no próximo dia 1º de janeiro desfalcado de um dos principais nomes, o vice-prefeito eleito, João Malheiros (PR). Durante a apreciação das matérias no último dia de votação da Assembleia Legislativa, os deputados estaduais acabaram assustados com a decisão do companheiro e parlamentar de três mandatos João Malheiros (PR) de comunicar que renunciará no dia 1º de janeiro à condição de vice-prefeito de Cuiabá, cargo para o qual foi eleito neste ano compondo chapa com Mauro Mendes (PSB) numa duríssima eleição de dois pleitos disputada contra a chapa PT/PMDB de Lúdio Cabral e Francisco Faiad.
A decisão de Malheiros gerou mal estar dentro do PR e entre os colegas deputados que, no processo eleitoral, preteriram o nome do vereador e então secretário de Estado, Francisco Vuolo, que tinha o aval do senador Blairo Maggi e a preferência de Mauro Mendes.
Inclusive, a indicação de um deputado como João Malheiros gerou durante toda a campanha eleitoral por parte dos demais candidatos especulações de que no acordo político partidário entre o PSB e o PR estaria acertado que Mauro Mendes deixaria o comando da Prefeitura Municipal para assumir a condição de candidato ao governo do Estado em 2014, mas o que acabou acontecendo foi o contrário, foi o fato do prefeito eleito ter assumido o compromisso de permanecer pelos próximos quatro anos, retirando todas as possibilidades de João Malheiros vir a assumir como prefeito.
Em que pese sua ligação com a capital do Estado, seu reduto eleitoral onde já foi vereador por quatro mandatos, um inclusive de seis anos, João Malheiros tem argumentado aos colegas de Parlamento que pode ser muito mais importante ajudando Cuiabá com deputado estadual do que propriamente como vice-prefeito, que é uma expectativa de poder e precisa do aval do prefeito para, por exemplo, ocupar uma secretaria de primeira grandeza dentro da administração municipal
A decisão provocou a primeira cisão na administração de Mauro Mendes, que não teria economizado críticas à postura do parlamentar e responsabilizado o PR por não impor ao mesmo que assuma suas funções em respeito aos votos recebidos de quase 180 mil eleitores de Cuiabá.
Mendes tem evitado tratar do assunto, em que pese saber que não poderá deixar de comentar a decisão do ainda seu vice, principalmente hoje, quando reúne a imprensa para anunciar parte do seu secretariado. O prefeito eleito passou boa parte da tarde trancado e reunido com os principais assessores e até o fechamento desta edição não havia retornado as ligação de A Gazeta para comentar o assunto que já pulula nos meios políticos e traz desgaste político.