O senador Cidinho Santos disse, esta tarde, último dia decretado pela Justiça para desocupação voluntária dos moradores que habitam a região Suiá-Missú – demarcada pelo Governo Federal como reserva indígena (Maraiwatséde) que "fez tudo o que podia ser feito, e recorreu a todas às instâncias que estavam ao seu alcance" para evitar o despejo. Desde o início da manhã, produtores rurais – que estão na eminência de perderem suas moradias-, bloquearam a BR-158, do distrito de Posto da Mata (Alto Boa Vista/MT), para evitar o acesso das tropas Exército e Força Nacional. Resguardados pelo Governo Federal, caminhões e máquinas que serão utilizados na desocupação da região encontram-se estacionados há dias na gleba. "Fomos ao Executivo, recorremos ao ministro da Justiça, à Casa Civil, à Advocacia Geral da União, à Presidência da República. No Judiciário, recorremos ao Supremo Tribunal Federal (STF), Superior Tribunal de Justiça (STJ), Tribunal Regional Federal (TRF). Alertamos a todos sobre a forma abrupta como estão sendo tratadas aquelas famílias. Infelizmente, não conseguimos tornar os procedimentos mais justos. É lamentável ver produtores rurais sendo tratados de forma tão desonrosa", queixou-se.
Após o lançamento do ‘Programa de Investimentos em logística: Portos", hoje, no Palácio do Planalto, os senadores Cidinho Santos e Blairo Maggi (licenciado) aproveitaram a proximidade com a presidente Dilma Housseff para fazer um último apelo. "Explicamos e pedimos mais uma vez atenção especial. Trata-se de uma questão humanitária, não interessa quantas famílias estão envolvidas. Se fosse apenas uma pessoa já seria motivo para que o Estado todo, a nação se mobilizasse pelo cumprimento de seus direitos e preservação da dignidade", ilustrou Cidinho. O senador conta que a presidente imediatamente chamou o advogado-geral da União, Luiz Inácio Adams, e pediu a ele que mais uma vez estudasse o conflito. "O ministro nos ouviu e disse que essa situação é muito complexa e difícil de ser solucionada, mas que iria rever com atenção", declarou.
Ontem, o mato-grossense entregou à ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, documentos assinados pelos xavantes que se declararam a favor da permuta de terras proposta pelo Governo do Estado. "Praticamente 85% dos índios já se manifestaram a favor das propostas pacíficas apresentadas pelo governador Silval Barbosa. É uma pena que tenhamos que assistir o que está ocorrendo naquela região, tendo em mãos alternativas mais justas e dignas para resolver o impasse", repudia Cidinho.