A Polícia Federal confirmou se tratar de títulos de eleitores e cédulas de identidade (RGs) falsificados encontrados jogados em uma região de Várzea Grande, ontem. O delegado Cristiano Nascimento acredita que os documentos também não foram utilizados durante a eleição municipal. Estão em poder da PF, 98 RGs e 27 títulos, mas a quantidade pode ser bem maior, a começar por outro lote de documentos também apreendidos em Várzea Grande e que, por enquanto, estão em poder da 58ª Zona Eleitoral, mas devem ser encaminhados para a Polícia Federal. “A quantidade de documentos falsificados é muito maior. Isso eu garanto”, disse o delegado Cristiano Nascimento.
Ele informou, durante coletiva esta tarde, que o fato de a maioria dos documentos estar incompleta, ou seja, faltando assinaturas dos supostos titulares, plastificações e fotos (no caso dos RGs) não deixa dúvidas de que os documentos não foram utilizados durante a votação de 7 de outubro. “A Justiça Eleitoral não permite que o eleitor utilize documentos sem fotos ou sem assinaturas. Qualquer ocorrência desse tipo seria percebida pelos mesários que por sua vez comunicariam ao juízo eleitoral”, enfatizou o delegado.
Todos os 98 documentos de identidade estão incompletos faltando as fotos e assinaturas enquanto dos 27 títulos, apenas sete estavam finalizados, ou seja, assinados e plastificados. Apesar de as investigações estarem no início e sem previsão para serem concluídas, tudo indica que a eleição na cidade não será suspensa, embora essa decisão seja de competência da Justiça Eleitoral que deverá decidir após ter acesso ao resultado final das investigações.
Para o delegado que chefia a equipe com mais 5 policiais federais responsáveis pela apuração do caso, o mais provável é que a falsificação dos documentos tenha ocorrido antes do pleito de 7 de outubro. “Acreditamos que foram falsificados antes, mas os falsários não tenham conseguido encontrar pessoas com coragem para usar os documentos falsos durante a votação do 1º turno”, explica Nascimento, que também não acredita na possibilidade de o descarte ter ocorrido com a intenção de levantar dúvidas sobre o resultado das eleições e assim provocar um possível cancelamento das eleições municipais em Várzea Grande.
Até o momento, apenas 5 pessoas registraram queixa na Política Federal denunciando que quando foram votar, alguém já havia votado no lugar delas. Todas votam na 58ª Zona Eleitoral de Várzea Grande e procuraram a PF no mesmo dia das eleições. Elas já foram ouvidas e o padrão caligráfico colhido para serem confrontados com as assinaturas de quem votou e assinou no caderno de votação. O delegado esclarece que o nome de nenhum desses 5 eleitores aparece entre os documentos descartados à beira de um córrego na região da Capela do Piçarrão e encontrados na manhã desta quinta-feira (18).