A bancada federal de Mato Grosso, coordenada pelo deputado federal Homero Pereira (PSD), se reuniu com a ministra chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, o advogado-geral da União, Luís Adams, e representantes das famílias ocupantes da gleba Suiá Míssu. A tentativa foi de convencer o governo federal a apoiar a permanência dos posseiros na área, localizada próximo ao município Alto da Boa Vista.
A Justiça Federal determinou a retirada de aproximadamente seis mil pessoas do local, envolvendo cinco municípios situados dentro da reserva Maraiwãtsédé, demarcado pela Fundação Nacional do Índio (Funai) como pertencente aos índios de etnia xavante. De acordo com decisão proferida pelo juiz federal Julier Sebastião da Silva, os posseiros deverão sair da gleba até o dia 1º de outubro, caso contrário, serão despejados com uso de força policial.
O coordenador da bancada conta que as famílias construíram uma história na região e estão sofrendo com a iminência de serem arrancadas de seus lares, mas estão dispostas a tudo para defender suas terras. "A situação é complexa, envolve sentimentos, direitos. Antes de fazer a desocupação dessa gente, seria mais coerente aguardar a manifestação do STF (Supremo Tribunal Federal). Se ainda existe a possibilidade jurídica de reverter a determinação de 1ª instância, vai mexer com essas famílias agora pra quê", pondera Homero Pereira.
Durante a reunião, o depoimento de uma das posseiras emocionou a todos. A ministra disse que a situação preocupa, mas acredita que somente a Justiça pode dirimir o conflito. A defesa da associação dos posseiros da gleba de Suiá Missú já recorreu da sentença junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e STF, aguarda o posicionamento da alta Corte do Judiciário.
Mais de 100 mulheres e crianças ocupantes estão em frente ao Palácio do Planalto e STF em vigília aguardando uma declaração oficial do governo federal sobre o assunto. Com faixas e balões amarelos e verdes elas pedem para que as deixem continuar vivendo onde estão há vida toda.