Maximino Vanzella (DEM) disse, esta manhã, ao Só Notícias, que irá recorrer da decisão dos demais colegas que cassaram seu mandato de vereador, na sessão realizada ontem. “Meu advogado está estudando os autos e nas próximas horas devemos entrar com recurso. Havia uma perseguição dentro da câmara contra mim. Eu estava incomodando, pedindo investigação de vereadores que são da oposição e maioria na casa. Desde o início da comissão, o objetivo era um só: me tirar da câmara”, atacou.
Conforme Só Noticias já informou, Vanzella teve mandato cassado acusado por quebra de decoro parlamentar por suposta participação em reunião onde seria planejado um atentado a um suplente de sua coligação. No entanto, a culpa seria atribuída a um vereador do grupo de oposição. Por maioria de votos, foram acatados os quesitos apontados pela comissão que apurou as denúncias. No primeiro (quebra de decoro), oito vereadores julgaram procedente, um não e outro se absteve.
No segundo, sobre a participação e contribuições com opiniões para que acontecesse o suposto atentado, o mesmo resultado. No terceiro, “que teria oferecido um emprego em Lucas do Rio Verde ou Cuiabá para quem executasse o plano”, o placar foi seis procedentes, três contra e uma abstenção. No quarto, que tinha ciência da contratação de um suposto executor do atentado, além de falso testemunho, o mesmo placar anterior.
A sessão durou cerca de duas horas. A bancada oposicionista, que tem ampla maioria (oito dos dez parlamentares, votou pela perda do mandato de Vanzella, que foi líder do prefeito na câmara por três anos e meio. Vanzella não foi à câmara. Nem seu advogado. Mas a presidência da câmara nomeou o advogado Mauro da Silva Andrieski para defendê-lo. Ele foi à tribuna e questionou a acusação apontando que não procede e faltavam elementos suficientes que caracterizem a quebra de decoro.
Com a cassação, o segundo suplente da coligação (DEM-PRB), Francisco Fontenele de Sousa, deve continuar no legislativo. Ele assumiu em junho, quando Vanzella foi afastado pelo Legislativo.
Outro lado
A assessoria de comunicação da Câmara de Sorriso enviou nota, ao Só Notícias, explicando que o ex-vereador Maximino Vanzella (DEM) pode procurar a Casa de Leis para apresentar as denúncias contra qualquer um dos ex-colegas parlamentares.
Segundo o documento, a Corregedoria da câmara está à disposição de Vanzella para receber as acusações, desde que elas tenham fundamentação e fatos concretos para embasar uma investigação. A nota lembra que o ex-vereador sempre citou, durante discurso na tribuna, possíveis irregularidades dos demais colegas. No entanto, nunca teria apresentado tais fatos para que pudessem dar início a uma investigação.
(Atualizada às 8h50)