O ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antônio Pagot, negou que tenha trabalhado em favor da arrecadação de recursos eleitorais para a campanha da então candidata à presidência da República, Dilma Rousseff (PT). Ao responder o questionamento do deputado Rubens Bueno (PPS-RJ), Pagot disse que só esteve duas vezes com Dilma, ambas em 2009. Ele ressaltou que não teve encontros com a atual presidente sobre campanha eleitoral.
Ele disse que não agiu politicamente para que empresas fizessem doações a comitês partidários, mas contou que foi procurado pelo então tesoureiro de campanha do PT, José de Filippi Junior, para obter informações sobre empresas que poderiam fazer doações. “Não arrecadei para a campanha eleitoral. Penso que a forma de arrecadar é ir lá na empresa conseguir os valores, fazer com que os valores se apresentem nas contas públicas de campanha. Não tive atividade política, mas fui procurado pelo tesoureiro da campanha da presidenta Dilma [Rousseff] e ele me pediu ajuda.”
Pagot afirmou que o ex-candidato a governador de Minas Gerais, Hélio Costa (PT), pediu a ele a indicação de empresas com contratos com o Dnit que pudessem ajudá-lo na campanha eleitoral de 2010. Questionado pelo senador Alvaro Dias (PSDB-PR) sobre as pressões que sofreu no cargo, Pagot respondeu que se sentiu “extremamente constrangido e ameaçado” com a atitude de Hélio Costa. Segundo o ex-diretor do Dnit, Costa entrou em seu gabinete e, diante da negativa de ajuda, “ele [Costa] levantou de rompante, me deu de dedo e disse que se elegeria governador e sua primeira atitude seria me tirar do Dnit”.
Anteriormente, Pagot confirmou o que havia dito em entrevistas, de que indicou empreiteiras para contribuir com a campanha da presidente Dilma Rousseff, mas não admitiu ajudar campanhas individuais, como reivindicou Hélio Costa. “Eu imaginei que estava atendendo a um arco de aliança e não particularizando cada pessoa que fosse candidata”, declarou.
Ao responder outro questionamento, Pagot disse que, durante a sua gestão, não houve irregularidades nos aditivos concedidos às obras durante seu mandato. “Não posso responder por outros períodos”. Pagot citou algumas obras que foram realizadas pelo Dnit e que foram necessárias alterações em relação ao projeto inicial. Ou seja, foi necessário a inclusão de novos elementos, o que acabou ampliando os custos das mesmas. Este procedimento, segundo ele, se deu devido a projetos mal realizados.
Pagot voltou a criticar a decisão do governo federal de demitir funcionários do Dnit, após a publicação da reportagem da revista Veja que revelou irregularidades no órgão. Ele diz que os membros do departamento não tiveram direito de defesa ante à “execração da mídia”. “Até na inquisição houve direito ao contraditório”, disse.
(Atualizada às 14h30)
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