O atraso nos repasses do governo do Estado para as secretarias municipais de Saúde tem ocasionado grandes transtornos para que os serviços continuem funcionando. Em Cuiabá, por exemplo, médicos já ameaçam deflagrar greve geral a partir da próxima segunda-feira (6). Preocupado em resolver a situação, o secretário municipal de Saúde da capital, Lamartine Godoy, recorreu, hoje, ao presidente da Assembleia Legislativa, José Riva (PSD), para pedir que interceda junto ao governador Silval Barbosa (PMDB).
A mesma situação acontece em Várzea Grande. O prefeito Tião da Zaeli também já buscou a ajuda da Assembleia em várias oportunidades. De acordo com Riva, sem o comprometimento do governo do Estado em priorizar os repasses financeiros ao setor, os municípios não têm condições de resolver os problemas sozinhos.
Diante do caos que se instalou em todo o Estado, no semestre passado, os deputados cobraram uma posição do Executivo. À época, Silval Barbosa garantiu efetuar os pagamentos pendentes. No entanto, até o momento foram pagos somente os repasses de 2011. E as secretarias enfrentam dificuldades por não receber os repasses de 2012.
"Estivemos no Palácio Paiaguás para regularizar a situação de 2011 e 2012. Mas o governo só pagou 2011. Infelizmente o Poder Executivo não tem cumprido os repasses aos municípios. Se parar o atendimento em Cuiabá será o caos total", alertou Riva. Disse que esses atrasos comprometem o atendimento dos profissionais da saúde e que mais uma vez irá cobrar a solução ao Executivo.
Lamartine explica que para os atendimentos de urgência e emergência, existem pendências nos meses de junho e julho. Além disso, falta verba para programas como Programa de Saúde da Família (PSF) e de Diabetes. "Sem recursos, não se faz saúde. Solicitamos o apoio do deputado Riva para sensibilizar o governador a quitar a dívida com os municípios. Vivemos um momento conturbado pela falta dos repasses", concluiu Lamartine.
"A maior dificuldade da população várzea-grandense se refere à saúde pública, que também é a maior demanda do município", explicou o prefeito da cidade, Tião da Zaeli (PSD). Destacou ainda que diferente do Hospital Metropolitano, que oferece atendimento eletivo e recebe acima da tabela do SUS, o Pronto Socorro Municipal de Várzea Grande atende pacientes de todo o Estado nos casos de média e alta complexidade. E, mesmo assim, não há prioridade nos repasses e os médicos seguem há 60 dias em greve.