Após mais de 3 horas de reunião, o tão sonhado consenso entre PSB, PMDB, PR e PDT para respaldar a candidatura do empresário socialista Mauro Mendes (PSB) à Prefeitura de Cuiabá, não foi construído por causa de imposições internas e de terceiros como o PDT do senador Pedro Taques. O encontro foi no apartamento do senador Blairo Maggi e contou no primeiro momento com partidários do PR e depois com o governador Silval Barbosa (PMDB) e por fim com o empresário Mauro Mendes.
Sem consenso até o fechamento desta edição, às 23 horas, o PSB deve lançar Mendes como candidato a prefeito, tendo o deputado João Malheiros (PR) como vice e contando com o apoio do PDT, do PV e possivelmente de outras siglas menores. Essa sinalização pode trazer problemas futuros para Mauro Mendes, pois deixa claro suas intenções de deixar a administração municipal em 2014 para pleitear a sucessão de Silval Barbosa (PMDB), que por ter sido reeleito em 2010 só pode disputar para outro cargo que não governador.
Já o PMDB deverá manter a candidatura própria de Totó Parente, uma vez que o mesmo foi vetado como candidato a vice na chapa socialista e não conseguiu emplacar outros dois nomes aventados para ocupar a mesma função, o vereador Domingos Sávio e o advogado Francisco Faiad. Mesmo assim, o partido não se dava por vencido e ontem à noite, já havia aberto negociações com outras siglas, como o PSD do pré-candidato Carlos Brito e com o Democrata, que com o recuo de Roberto França tem uma tendência de caminhar com o PSDB de Guilherme Maluf, mas não descartaria conversar com uma frente partidária reunindo PSD e PMDB, assim como conversou pela manhã de ontem com o próprio Mauro Mendes.
Blairo Maggi ainda tentou argumentar apresentando o nome do vereador Francisco Vuolo, mas os próprios deputados republicanos defenderam o nome do parlamentar estadual João Malheiros, que ao contrário de Totó Parente não sofreu resistência por parte de militantes do PSB e do PDT, que chegou a indicar como candidato a vice o médico Kamil Fares.
Ontem, os partidos e pré-candidatos passaram o dia se articulando e tentando construir coligações que garantissem aos candidatos majoritários tempo de televisão e respaldo político para a difícil disputa pela Prefeitura de Cuiabá, capital do Estado e tida como caixa de ressonância política para todo Mato Grosso. Uma vitória em Cuiabá é apontada por analistas políticos como um bom início de uma caminhada para se conquistar o governo do Estado em 2014, sonho do socialista Mauro Mendes.
O maior problema enfrentado por Mauro Mendes foi conciliar o PMDB e o PR, os dois maiores partidos de Mato Grosso, numa mesma chapa, tendo apenas uma vaga para contemplar a todos os aliados, inclusive o PDT, que sempre vetou uma coligação com o PMDB e com o PR, depois assimilou os republicanos, mas não os peemedebistas.
Mesmo não conseguindo reunir todos dentro da mesma coligação, o candidato socialista deve chegar à disputa com pouco mais de 3 minutos de programa eleitoral, dos quais 1m27s do PR, 1m17s do PSB, 56s do PDT, fora outras pequenas siglas como o PV, que já sinalizou acompanhar o empresário socialista.
Já o PMDB fica com 2m55s de tempo próprio sem se coligar com ninguém ou mais o tempo dos outros partidos aliados. O PSDB com 2m2s e o PSD com 1m59s após a decisão do STF e do TSE, que concederam horário eleitoral à agremiação e mais recursos do fundo partidário.