O mato-grossense Luiz Pagot, ex-diretor do Departamento Nacional de Infra-estrutura, disse, esta noite, ao Só Notícias, que, inicialmente, não aceitará convite da Assembleia Legislativa de Goiás para prestar depoimento na CPI que investiga os negócios escusos do bicheiro Carlinhos Cachoeira com a empreiteira Delta, que fez dezenas de obras para o governo federal, Estados, o relacionamento do contraventor com o governador Marconi Perillo e outras suspeitas. A convocação dele foi aprovada nesta 3ª feira à noite. “Recebi com surpresa a notícia e tenho que avaliar corretamente. Creio, inicialmente, que não há legalidade necessária para que eu preste depoimento nesta CPI, que é estadual. Estou longe (em viagem ao Amapá), tenho que avaliar melhor e vou tratar do assunto (nesta 5ª feira) com meu advogado”, afirmou.
“Se eles (deputado goianos) tiverem alguma dúvida (sobre supostas irregularidades em obras no Estado), devem fazer os questionamento para a superintendência do DNIT em Goiás”, emendou Pagot. “Dificilmene irei para esta CPI estadual. Quanto a CMPI do Cachoeira, no Congresso Nacional, continuo aguardando convite porque só foi postergada a votação de minha convocação. Lá é o fórum adequado por se tratar de esfera federal”, garantiu. Há poucos dias, a bancada governista reprovou a convocação dele e do ex-presidente da Delta.
Pagot já se ofereceu várias vezes para depor aos senadores e deputados federais sobre o período que comandou o DNIT e as obras feitas pela Delta, lobby de parlamentares e doações de empreiteiras feitas para campanhas de candidatos do PT e PSDB. Recentemente, ele concedeu entrevista para uma revista acusando esquemas em obras para destinar doações dinheiro para bancar despesas de campanha.
Pagot foi demitido, ano passado, do DNIT após acusações de superfaturamento em obras a membros da cúpula do Ministério dos Transportes que culminou, também, com a saída do ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento.