Pré-candidatos a vereador pelo PDT já defendem que o partido não apoie nenhum concorrente à Prefeitura de Cuiabá, o que liberaria filiados para subir em qualquer palanque, aumentando chances de eleger representantes na Câmara Municipal. A possibilidade se deve principalmente à recusa da cúpula em aderir ao grupo de Mauro Mendes (PSB) caso ele se alie ao PMDB e PR na disputa a prefeito.
A tese foi defendida por pré-candidatos a vereador durante reunião fechada, realizada na noite dessa quinta-feira (21) no escritório do senador Pedro Taques, principal líder do PDT em Mato Grosso. O parlamentar, no entanto, garante que qualquer definição só será confirmada no dia 30, último dia para realização das convenções partidárias em todo o país.
Pré-candidatos a vereador, que preferem não se identificar, afirmam que a liberação dos filiados seria uma forma de evitar dissidências, já que alguns setores continuam defendendo apoio a Mauro Mendes, com quem estão coligados desde 2010 e líder das pesquisas de intenção de voto, e outros preferem Lúdio Cabral (PT) ou Guilherme Maluf (PSDB). A cúpula, diante das divergências, já dá sinais de que poderão ser liberados os filiados ao invés de oficializar apoio a algum concorrente e ver essa determinação não sendo cumprida por outros setores.
Na reunião em que foi discutida a liberação foi determinado ainda que apenas o presidente do diretório municipal do PDT, médico Kamil Fares, concederá entrevistas à imprensa. Já Taques vem evitando contatos com jornalistas. Ele foi um dos principais apoiadores de Mauro na disputa ao governo em 2010, mas se recusa a subir no mesmo palanque com alguns republicanos e peemedebistas.
Ao deixar de oficializar apoio a qualquer um dos pré-candidatos a prefeito, o PDT poderá lançar apenas chapa de candidatos a vereador, podendo ser inclusive chapa pura, que deverá contar com 38 concorrentes a uma das 25 vagas na Câmara Municipal. Alguns setores sugerem ainda candidatura própria de Kamil Fares, mas ele vê com cautela a disputa diante da falta de recursos e articulação antecipada para o pleito.
O PDT é o primeiro partido a cogitar nessa campanha liberação de filiados. Apesar de ser bom para pré-candidatos a vereadores que querem aderir a campanhas mais viáveis eleitoralmente, isso representa falta de compromisso político, o que sempre é retribuído por candidatos eleitos através da concessão de cargos de livre nomeação política.
Os pedetistas começaram a admitir a possibilidade se afastar de Mauro Mendes no início do mês, quando ele passou a convidar antigos adversários para uma virtual aliança. Esse é o caso do PMDB e PR, que chegaram no grupo com status de super legendas e até mesmo possibilidade de indicação do candidatos a vice-prefeito na chapa. Ao deixar de garantir a preferência às legendas do movimento "Cuiabá de Verdade" (formado pelo PDT, PPS, PSB e PV), Mauro passou a ser criticado pelos tradicionais aliados.
Diante da lógica política do "dar e receber", praticamente todas as 29 legendas da Capital ainda avaliam quem apoiar na campanha, que terá início oficial a partir de 6 de julho. O Psol foi o único até o momento a realizar convenção e já decidiu lançar chapa pura na disputa a prefeito e vereador.