A diretora de Mobilidade Urbana do Ministério das Cidades, Luiza Gomide de Faria Vianna, e a gerente de projetos, Cristina Maria Soja, foram denunciados, na Justiça Federal, pelo Ministério Público Federal sob acusação de terem fraudado processo que aumentou em aproxidamente R$ 700 milhões o orçamento de obras da copa de 2014 em Cuiabá. A informação é da Folha de São Paulo. Quatro procuradores da República do Distrito Federal apresentaram a denúncia apontando que os dois atuaram para “maquiar a inviabilidade técnica de aprovação da obra para a Copa do Mundo Fifa 2014”: “Houve a adulteração fraudulenta do processo”. Os procuradores acusam as servidoras de enganaram o Ministério Público por darem informações falsas.
A Folha relata que a “suspeita de fraude surgiu no fim de novembro com a revelação de indícios de que as duas atuaram para adulterar parecer técnico que vetava a troca da implantação de uma linha rápida de ônibus (BRT) por um VLT (Veículo Leve Sobre Trilhos), possibilitando a mudança. Na época, o primeiro estava orçado em cerca de R$ 490 milhões e o segundo, em R$ 1,2 bilhão”.
O governo estadual concluiu, há poucos dias, a licitação da obra por R$ 1,4 bilhão, através de Regime Diferenciado de Contratação. A mudança de projeto foi feita pelo governo federal e o de Mato Grosso embora o técnico responsável pelos estudos, Higor Guerra, tenha apontado irregularidades que impediam a troca, pois havia risco de a obra não ficar pronta. Ainda de acordo com a Folha de São Paulo, Luiza pediu para Higor Guerra alterar o parecer, mas ele se negou. Luiza e Cristina Soja então mexeram no documento “subtraindo dos autos a nota técnica e substituindo-a por outra”, com o mesmo número e data falsa.
A assessoria do Ministério das Cidades informou que as investigações ainda estão em andamento e que, por isso, as duas servidoras envolvidas, Luiza Gomide Vianna e Cristina Maria Soja, continuam trabalhando na pasta. “Não há nada devidamente comprovado. O processo ainda está em curso e não existe qualquer decisão afastando as duas”, defende a assessoria.