O prefeito de Sorriso, Chicão Bedin (PMDB), protocolou, ontem à tarde, na câmara municipal, cinco ofícios onde solicita que os vereadores membros Luis Fábio Marchioro (PDT), Hilton Polesello (PTB) e Marcelo Lincoln (PR), integrantes Comissão de Orçamento, Finanças e Fiscalização, reconheçam que não têm “isenção para atuarem nesta comissão”, com a análise e formulação de relatórios relativos às contas de Governo da prefeitura de 2010. Ele solicitou a presidente da Câmara Municipal, Marisa Netto, pedido para que ela destitua os atuais membros da comissão e nomeie outros.
Em nota, o prefeito cita que os vereadores fizeram “denunciação caluniosa” e que, a despeito disto, integram a referida comissão. Chicão requer “que os vereadores se declarem suspeitos para analisarem as minhas contas, exercício 2010, pois caso contrário, serão tomadas as medidas judiciais cabíveis”. O prefeito cita ainda que sejam respeitados “os termos da Constituição Federal, Estadual, Lei Orgânica Municipal e Regimento interno da Câmara Municipal de Sorriso, pois caso contrário, tomarei as medidas administrativas e judiciais, inclusive com encaminhamento ao Ministério Público Estadual, de tais documentos, para devida verificação de ato que configure improbidade administrativa”.
Chicão informou que já ingressou com representação contra os três vereadores, acima citados em suspeição, diretamente no MPE – Ministério Público Estadual – pela prática de denunciação caluniosa contra ele.
Ano passado, a câmara municipal reprovou as contas de 2009 da prefeitura – do primeiro ano da gestão de Chicão. Uma das consequências desta medida é que o prefeito corre o risco de não obter registro de candidatura para tentar ser candidato ao segundo mandato.
Desde o início da gestão, Chicão e os vereadores de oposição (são 8 dos 10 integrantes) vivem constantes embates políticos. No final de 2010, três vereadores foram cassados pela própria câmara acusados de pedirem vantagens financeiras indevidas em troca de apoio político. Semana passada, conforme Só Notícias já informou, o vereador Maximino Vanzella, o principal defensor de Chicão na câmara, foi afastado do legislativo por tempo indeterminado. Ele será investigado por uma comissão de ética e decoro sobre suposta participação em uma reunião com um suplente onde, de acordo com a acusação, teria envolvimento em uma suposta trama para prejudicar um vereador da oposição (Gerson Francio – Jaburu) um dos que foi cassado. Vanzela nega a acusação e sua assessoria está recorrendo para ele reassumir seu mandato.
Outro lado
O vereador Hilton Polesello, relator da Comissão de Finanças, disse, há instantes, ao Só Notícias, que ainda não teve “acesso a essa documentação. Se há denúncias nós fizemos em cima de fatos. Se o prefeito não quer que nós façamos essas análises que estamos fazendo, ele deve então colocar três secretários e não precisaria mais de vereadores,”disse. Ele pediu ainda que a presidente da casa de leis não acate o pedido do prefeito. “Mas como é um direito dele, entendemos a posição. Quanto ao relacionamento entre executivo e legislativo, esse já esta abarroado faz tempo,” finalizou.
O vereador Luis Fabio Marchioro disse que as contas e a defesa do prefeito estão sendo analisadas com “o máximo de imparcialidade. Nossa assessoria jurídica já esta trabalhando em uma resposta digna ao prefeito, que encaminharemos a ele, sem pressão e sem tumulto. Mas é preciso que ele entende que o legislativo tem independência e ele manda apenas no Executivo,”rebateu. Marchioro preside a comissão de finanças e orçamentos.
Em instantes, mais detalhes.
(Atualizada às 09:02h)