Decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de negar mais um recurso especial interposto pelo prefeito cassado José Carlos do Pátio (PMDB), na segunda-feira (28), contabilizando a quarta negativa da Justiça Eleitoral, acirrou ainda mais a disputa em Rondonópolis para as eleições indiretas, marcadas para o dia 13 de junho. Reunião do fórum de partidos no município, na noite de ontem, tentava demover posição do vereador Manoel da Silva Neto (PMDB), de entrar no embate com o prefeito interino, Ananias Filho (PR). Até o início da noite, Manoel dava sinais de que poderia abrir mão da disputa, admitindo que Ananias mantém apoio de pelo menos 8 dos 12 parlamentares. Um cenário que dificultaria a construção de chapa opositora.
Mídia de Rondonópolis chegou a aventar a desistência de Manoel ontem, com costura política que apontava para indicação da esposa do parlamentar, a jornalista Valéria Bevilacqua, como vice na chapa encabeçada pelo prefeito. A articulação teria partido dos apoiadores de Ananias, numa tentativa de compor com Manoel. O vereador disse, antes de se dirigir ao encontro, que não havia definido o assunto e que analisaria o tema a ser posto em debate entre as legendas que integram o fórum, coordenado pelo PMDB. Mas pontuou sua posição de respeito ao partido, frisando que nunca se colocou como figura desagregadora. Deu assim demonstração de que diante do quadro exposto, e reconhecendo a força política de Ananias no embate, analisaria com cautela o tema.
Presidente estadual do PMDB, Carlos Bezerra, selou acordo com o PR para respaldar a condição do prefeito como candidato. Presidente do diretório regional do PR, deputado federal Wellington Fagundes, confirmou o entendimento, destacando intenção de as siglas "caminharem" juntas em relação à eleição indireta.
A defesa de Manoel de colocar seu nome à disposição na disputa, gerou contratempos no PMDB. O partido decidiu deixar aberta a posição da bancada municipal, composta pelos vereadores Adonias Fernandes, Lourisvaldo Manoel de Oliveira, o "Fulô", e Miltão Gomes da Costa. Os três manifestaram apoio a Ananias Filho, deixando Manoel da Silva sem respaldo da sigla na Câmara Municipal. Até a tarde de ontem, o Legislativo da cidade não havia registrado chapa para concorrer nas eleições suplementares.
O favoritismo de Ananias não significa definição sobre o pleito municipal de 2012. No PR, existe defesa de novas rodadas de discussões para escolha do nome da agremiação para liderar projeto próprio. Wellington Fagundes destaca necessidade de novos diálogos em relação ao embate eleitoral.