“Essa sessão não pode se tornar uma piada. Não estamos aqui diante de um filme americano, no qual o réu confessará tudo. Ele [Cachoeira] não irá confessar nada. Ele está muito bem assessorado, pelo ex-ministro Márcio Thomáz Bastos. Precisamos de provas documentais. Precisamos votar hoje a quebra de sigilos dos envolvidos nos crimes investigados”. Este foi o posicionamento do senador Pedro Taques (PDT) diante do “depoimento” do empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, aos deputados e senadores na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI).
A sessão foi encerrada agora há pouco e como já se esperava o empresário, acusado de diversos esquemas e irregularidades em licitações de obras públicas e tráfico de influência em governos e prefeituras, não disse uma palavra. Para Taques, é indispensável que a comissão quebre os sigilos de todos os envolvidos no escândalo. Ele acredita que com esta atitude poderão vir respostas sobre como os desvios e irregularidades aconteciam.
Cachoeira foi (e ainda está) preso durante uma operação da Polícia Federal. As gravações interceptadas, com autorização da justiça, apontam que ele tinha um estreito relacionamento com o senador Demóstenes Torres (sem partido). Havia troca de favores entre ambos. Empresas ligadas a Cachoeira teriam vencido licitações para obras de forma ilegal em vários estados, inclusive, em Mato Grosso. A principal empresa acusada de ligação com o contraventor é a Delta, que venceu inúmeras licitações no Estado, principalmente, para a recuperação de estradas federais.
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