O poder público de Lucas do Rio Verde foi surpreendido, ontem, no final da tarde, com a notícia da interdição da cadeia cuja obra está em fase final porque o governo estadual deixou de designar para a unidade os agentes prisionais necessários. O juiz da Vara de Execuções Penais da comarca, Júlio Molina, tomou a decisão de interditar a unidade prisional porque foram removidos de Lucas 5 agentes prisionais e mais 2 deixariam a unidade nos próximos dias. O magistrado disse que recebeu ofício do diretor local da cadeia sobre a saída dos agentes. “Não sou uma pessoa irresponsável que, sabendo desta situação, autorizar esta transferência. Mas não posso autorizar abertura da cadeia sem gente para trabalhar”, explicou o magistrado.
O presidente do conselho de Segurança, Edu Pascoski, atacou a secretaria estadual que cuida dos presídios. “Há um descaso do governo do Estado em relação a esse processo. Isso ficou bem mais claro agora porque o governo era sabedor que nós estávamos construindo um novo CDP (Centro Detenção Provisório) para o Estado, que não é atribuição nossa. Até então, eu acreditava e estava certo de que o governo estaria providenciando pelo menos a parte que lhe compete, que é mobiliário, funcionários e toda a infraestrutura para os reeducandos. Nós alertamos o superintendente de cadeias há mais de 60 dias, que o CDP estaria pronto no mês de maio e que o estado deveria assumir o controle a partir de então. A gente sabe que o problema da falta de agentes prisionais não é só de Lucas do Rio Verde e, sim, do Estado inteiro. Porém, o que nos deixa tristes e chateados é que a administração municipal tira recursos de outros setores essenciais, faz uma obra dessas, que está pronta para o Estado assumir, e somos surpreendidos com a interdição do local, por falta de servidores públicos”, criticou o presidente do Conselho de Segurança e secretário municipal de Agricultura, Edu Pascoski.
“Gostaria de acreditar que não se trata de retaliação política por parte do governo. A prefeitura de Lucas fez o que o Estado deveria ter feito e não pode avançar mais do que isso. Nós não podemos contratar funcionários por nossa conta, para assumir a cadeia”, atacou.
O município investiu mais de R$ 1 milhão para construir a cadeia, com capacidade para 150 pessoas. As obras estão praticamente prontas e a previsão era transferir os presos até o final do mês.