Recente denúncia coloca em risco a decisão do PR que indicou o deputado federal Wellington Fagundes para o comando da Secretaria Extraordinária da Copa de 2014 (Secopa). Sua nomeação era dada como certa, mas as declarações do ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e aliado político, Luiz Antônio Pagot, podem colocar em risco a escolha do governador Silval Barbosa (PMDB), que adiou sua decisão.
Após dias de negociação, o PR, que teve a garantia de que a pasta continuaria sob seu comando, chegou a um consenso sobre o nome de Wellington. Silval demitiu o também republicano Eder Moraes do comando da Secopa na última quarta-feira (18).
Entre os nomes discutidos pela sigla estavam o dos 7 deputados estaduais, o parlamentar federal e também chegou a ser cotado o nome de Pagot. Wellington já havia sido convidado pelo governador para assumir a antiga Secretaria de Estado de Infraestrutura (Sinfra), no início de sua gestão.
Diante da visibilidade da importância da pasta que hoje representa, segundo o próprio Wellington, 50% do Governo, já que as ações do Mundial são tidas como prioritárias por Silval, ele estaria disposto a deixar seu sexto mandato na Câmara dos Deputados para ingressar no Executivo.
À imprensa nacional, Pagot afirmou que o deputado mato-grossense, bem como o presidente de honra do PR, deputado Valdemar Costa Neto, teriam feito lobby junto ao Dnit em favor da Delta Construções. Wellington teria atuado especificamente para diminuir a pressão do ex-diretor sobre a empreiteira Delta em obra na BR-163, Serra de São Vicente, onde a espessura do concreto não estaria de acordo com o contratado.
O escândalo veio à tona após as investigações sobre a empresa que seria beneficiada em um esquema entre o bicheiro Carlos Augusto de Almeida, o Carlinhos Cachoeira, e o senador Demóstenes Torres (GO), alvo de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI).
Conforme o secretário-geral do PR em Mato Grosso, deputado estadual Emanuel Pinheiro, a declaração não afetou a indicação de Wellington, já que a decisão havia sido tomada na madrugada de sexta, após o PSD ter decidido retornar ao staff de Silval, com o comando da Secretaria de Estado de Transporte e Pavimentação Urbana (Setpu), atualmente sob o comando do republicano Arnaldo Alves.
De acordo com ele, como o partido não abre mão, nem da Secopa, nem da Setpu, decidiu recuar da indicação do deputado federal. "Não vale a pena ele abrir mão de seu mandato na Câmara", disse.
Sem definição, a cúpula do PR em Mato Grosso pretende marcar uma nova reunião com o governador na próxima segunda-feira (23) para definir quais as pastas serão, de fato, destinadas aos republicanos e, a partir de então, indicar um novo nome.