Tramita na Assembleia Legislativa um Projeto de Lei que determina que todos os programas de asfaltamento e recapeamento de rodovias priorizem a utilização do asfalto borracha, popular asfalto ecológico. A medida visa proteger o meio ambiente, pois obriga o reaproveitamento de pneus usados, que antes eram descartados na natureza, servindo de criadouro de mosquitos e de outros agentes infecciosos. No meio ambiente esse tipo de material demora até 600 anos para decompor.
Pesquisas comprovam as inúmeras vantagens dessa nova modalidade nas estradas. O material dobra o tempo de vida útil do asfalto nas rodovias; diminui ruídos causados pelo contato dos veículos com o chão; reduz a sensibilidade e variação térmica; é mais resistente ao fluxo de cargas e melhora a aderência do pneu ao pavimento.
De autoria do presidente da AL, deputado José Riva (PSD), a proposta será apreciada pela Comissão de Meio Ambiente nos próximos dias. Um dos artigos determina que o poder público priorizará e dará condições tecnológicas para a produção e aplicação do asfalto ecológico, bem como criará mecanismos para a coleta específica de pneus e outros produtos correlatos que possam ser reciclados para esse fim.
O asfalto borracha já vem sendo utilizado em alguns estados e é feito a partir da mistura do látex em pó com cimento asfáltico de petróleo (CAP). A Agência Nacional de Petróleo (ANP) estima que a cada ano cerca de 15 milhões de pneus usados são descartados irregularmente em depósitos e terrenos baldios em todo o país.
Riva argumenta que mesmo sendo 20% a 30% mais caro que o asfalto comum, é preciso considerar dois aspectos importantes no de borracha. Primeiro, destaca, que a difusão da técnica aumentará o número de fabricantes, baixando o custo da produção. No segundo aspecto, com maior durabilidade, aumenta também a relação custo-benefício.
"Dessa forma, pretendemos que Mato Grosso siga o exemplo de estados como São Paulo e Minas Gerais e de países como Estados Unidos, Alemanha, Canadá, África do Sul, China e Portugal, que já aderiram a essa técnica", destaca o parlamentar. Considera que o projeto atende às intenções governamentais e sociais, de proporcionar o desenvolvimento estadual de maneira sustentável e ecologicamente correto, tornando mais barato os projetos de obras públicas.
No processo de reciclagem de pneus, a borracha vira asfalto, o aço volta para a siderúrgica e a fibra segue para as indústrias têxteis. Cada tonelada de asfalto borracha tem, em média, 180 quilos de pneus na sua composição.