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Cuiabá: vereadores se recusam a votar reajuste para prefeito e secretários

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Vereadores da base aliada se recusam a aprovar aumento de salário de 32,85% para o prefeito Chico Galindo (PTB) e de 39,13% para os secretários municipais. O embate foi verificado na sessão plenária de ontem da Câmara de Cuiabá, quando os parlamentares rejeitaram fazer a votação na surdina, mas aprovaram reajuste de 29,6% a 53% para ocupantes de cargos de direção e assessoramento superior, os chamados DAS.

A proposta deveria ser votada sem qualquer debate logo após aprovação do projeto que aumentou salário de aproximadamente 500 pessoas que ocupam cargos de DAS nas diferentes secretarias municipais e que estavam desde 1996 sem reajuste. Em ambas as situações, não há um estudo financeiro que justifique a medida, mas só nesse segundo caso o impacto deve ser de R$ 1,6 milhões por mês.

O projeto que aumenta o salário de Galindo de R$ 14 mil para R$ 18,6 mil e dos 19 secretários municipais de R$ 9,2 mil para R$ 12,6 mil é de autoria da Mesa Diretora da Câmara e foi apresentado antes do presidente Júlio Pinheiro (PTB) se afastar do cargo para assumir a prefeitura com o pedido de férias do prefeito Chico Galindo (também do PTB).

"Mesmo com alguns pedidos de vereadores, decidi não colocar o projeto em votação porque acredito que isso tem que ser discutido com mais calma e nem avalio como algo necessário no momento", afirmou ontem o presidente interino da Câmara de Vereadores, Arnaldo Penha (PMDB). Vários parlamentares aliados a Galindo também demonstram a mesma resistência, o que aumenta a polêmica em torno de medidas impopulares do município adotadas sempre que o prefeito sai de férias.

No ano passado, na condição de prefeito Júlio foi o responsável por enviar à Câmara projeto que autorizou a concessão dos serviços de saneamento de Cuiabá. Na sexta-feira (17), horas antes de sair de férias, Galindo assinou contrato com a empresa vencedora da licitação e repassou o fornecimento de água e tratamento de esgoto. A informação só foi divulgada pelo Palácio Alencastro na segunda-feira (20) de Carnaval.

Nenhum dos vereadores aliados já admite publicamente defesa do aumento de salário para Galindo e os secretários municipais. O prefeito está oficialmente sem um líder (representante) no Legislativo. Ele deve anunciar a permanência ou substituição de Everton Pop (PSD) ao retornar de férias, em março. No caso dos ocupantes de DAS, o aumento atingiu todas as diferentes faixas salariais da Prefeitura e deve entrar em vigor após sanção do prefeito.

Mesmo sendo favorável ao aumento para os ocupantes de cargos de DAS, vereadores polemizaram em apartes a decisão. No caso de Lúdio Cabral (PT), ele alega que não há critérios claros para os novos valores. "Temos um gerente de equipe do Programa Saúde da Família (PSF), por exemplo, que receberá apenas R$ 700 por mês. Esse valor está bem aquém do justo. A remuneração é insatisfatória". Ao todo, 16 vereadores votaram pela aprovação da matéria e houve apenas 1 ausência.

Outro lado
O secretário municipal de Comunicação, Carlos Brito (PSD), não retornou as ligações de A Gazeta para comentar as críticas ao reajuste. O aumento para os cargos DAS foi uma das propostas de campanha do ex-prefeito Wilson Santos (PSDB), que renunciou ao mandato em abril de 2010 para disputar sem sucesso o governo do Estado.

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