Por meio de requerimento encaminhado à Comissão de Direitos Humanos, Cidadania e Amparo à Criança, ao Adolescente e ao Idoso, da Assembleia Legislativa, o deputado Dilmar Dal Bosco (DEM) cobrou uma ampla investigação para apurar denúncias de abusos sofridos pelos pacientes do Hospital Psicossocial Adauto Botelho.
Os problemas foram apontados pelo Conselho Regional de Medicina (CRM), em janeiro passado, após uma fiscalização surpresa na unidade. Em relatório encaminhado a Secretaria de Estado de Saúde (SES), o CRM classificou o hospital psiquiátrico como "depósito de gente", afirmando que a infraestrutura do local é precária, tendo parte dos cômodos tomada por infiltrações e "gambiarras" no sistema de energia elétrica e esgoto.
Problemas de higiene, falta de medicação e casos de abusos sexuais também foram diagnosticados durante a fiscalização. "Os pacientes estão sendo tratados em condições subumanas, sendo que o ambiente não oferece qualquer segurança sanitária, já que a limpeza e a alimentação dos internos são deficientes", relatou o democrata.
Na avaliação de Dilmar, o Parlamento Estadual precisa chamar a responsabilidade para si e cobrar do Governo do Estado soluções imediatas, ou até mesmo, a interdição da unidade hospitalar. "Não podemos ficar inertes. É preciso apurar "in loco" as denúncias para depois exigir que o governo tome atitude, nem que para isso, tenhamos que contar com a força do Judiciário. Trata-se de uma classe completamente desassistida, excluídos socialmente. Gente pobre com deficiência mental e dependências", cobrou.
A Comissão Permanente de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa é composta pelos deputados Emanuel Pinheiro (PR), Luciane Bezerra (PSB), Luiz Marinho (PTB), Aírton Português (PSD) e Walace Guimarães (PMDB). A formação dos membros foi definida na última quinta-feira (09.02).