A morte do lavrador José Gomes da Silva, morador da cidade de Colniza, vítima de falência múltipla dos órgãos após esperar por mais de 30 dias, no Hospital Municipal de Juína (referência regional), por uma vaga em uma Unidade de Terapia Incentiva (UTI) do Estado, revoltou o deputado Dilmar Dal”Bosco (DEM). Durante a sessão matutina de quarta-feira hoje (8), o parlamentar criticou a saúde pública oferecida pelo Governo de Mato Grosso.
Em Plenário, o democrata elogiou a atitude do juiz Gabriel da Silveira Matos, da Comarca de Juína, que provocou o Ministério Público Estadual para que desse início a uma Ação Civil Pública contra o Estado de Mato Grosso e o município de Juína. O magistrado também oficiou a Delegacia Civil de Juína para a abertura de um inquérito policial a fim de apurar eventuais responsabilidades criminais pela morte do lavrador. “A saúde pública de Mato Grosso é caso de polícia. Falta atendimento na regulação de UTI e não é só isso, porque nós não estamos fazendo nem o básico. Os hospitais atendem apenas urgência e emergência, estão deixando de fora as consultas. A saúde nas cidades do interior está sendo feita pelo Poder Judiciário. ´Chove Mandados de Segurança´”, criticou o parlamentar.
A ineficiência das Organizações Sociais de saúde (OSS) também foi apontada por Dal´Bosco. Segundo ele, a Assembleia Legislativa aprovou o novo modelo de gestão perante a garantia de que o governo abriria novas unidades regionais e aumentaria o número de leitos nos hospitais existentes. “Fui favorável a aprovação das OSS, mas até hoje não vi melhorias na saúde oferecida pelo Estado. Nenhum novo hospital foi aberto e as antigas unidades ainda mantêm suas filas. O atendimento é deficiente, enquanto o povo quer um pouco de dignidade.”, lamentou.
A insatisfação com o novo modelo de gestão também foi demonstrada pelo deputado Nilson Santos (PMDB), que denunciou o uso de influências políticas no atendimento feito pelo Hospital Regional de Colíder. Santos ameaçou fazer oposição as OSS no parlamento, caso o sistema implantado pelo secretário Pedro Henry não ofereça um imediata reestruturação.
HOSPITAL MUNICIPAL DE SINOP – Em seu desabafo, Dilmar Dal”Bosco afirmou que uma das condicionantes para aprovação das OSS era que o Estado assumisse, através dessas organizações, o Hospital Municipal de Sinop. O prédio foi entregue em dezembro de 2008, mas até hoje a prefeitura local não conseguiu recursos para compra de equipamentos e abertura da unidade. “Amanhã, dia nove de fevereiro, faz um ano que o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, prometeu R$ 10 milhões para abrir o hospital de Sinop, mas até agora nada. O governo federal mente, o Estado é incompetente e o povo se acumula em frente ao Pronto Atendimento de Sinop”, desabafou Dilmar Dal”Bosco.