Mesmo com discussões bastante aquecidas desde o ano passado, o cenário para a disputa da prefeitura de Cuiabá começa a se desenhar só a partir do próximo mês. São 8 possíveis pré-candidatos que se alternam em confirmar a participação no pleito e negá-la.
O prefeito Chico Galindo (PTB) é um dos que fazem questão de negar a hipótese de reeleição, no entanto, afirma que trabalhará para fazer um sucessor. Cotado para ser o nome do PR na disputa, o deputado estadual Sérgio Ricardo (PR) também se esquiva da pré-candidatura.
Por outro lado, o vereador por Cuiabá, Lúdio Cabral (PT), luta para ser o nome de seu partido à prefeitura. Já o empresário Dorileo Leal (PMDB), se filiou ao partido em setembro do ano passado com status de pré-candidato.
O último nome a aparecer no cenário dos pré-candidatos foi o ex-prefeito Roberto França, cuja possibilidade de voltar ao comando do Alencastro ganhou força quando ele se filiou ao DEM, também no ano passado. Junto com ele, desponta o nome de sua esposa, Iracy França. Ambos são tidos como peça-chave pelo cacique democrata, o senador Jayme Campos.
Também o deputado Guilherme Maluf (PSDB) já vem trabalhando sua pré-candidatura desde o início do ano passado. Seu partido, que representava a maioria no Alencastro, comandado até 2010 pelo tucano Wilson Santos, aos poucos foi se dividindo em oposição e situação e foi integrar o grupo Mato Grosso Muito Mais, composto por PDT, PSB, PV e PPS, que tem como um de seus líderes o empresário Mauro Mendes (PSB).
Desde que perdeu as eleições para o governo, em 2010, ele faz mistério sobre uma candidatura ao Executivo Municipal, mas nos bastidores, trabalha com afinco sua campanha. No final do ano passado, passou a assumir o discurso de pré-candidato.
De acordo com o analista político João Edson, no momento, é justamente esse o tom da disputa. Para ele, o pré-candidato a ser combatido é Mendes, que por aparecer forte nas pesquisas, acaba pautando as outras candidaturas. "Os partidos pensam em escolher um nome que faça frente ao dele ou em formar alianças fortes o suficiente para derrotá-lo", explicou.
Para que a disputa chegue ao seu desenho final, polarizada em dois candidatos, pelo menos 2 fatores serão decisivos segundo Edson, a definição de Galindo – que apesar de dizer que não disputará a reeleição, não convence – e o posicionamento do governador Silval Barbosa (PMDB) em relação ao pleito.
Neste contexto, o analista avalia que, além de Mendes, podem despontar França ou Dorileo. Mesmo sem nunca ter exercido um cargo público, o empresário já se destacou como figura política após demonstrar bom desempenho nas urnas, tanto quando perdeu a Prefeitura para a reeleição de Wilson, quanto no ano passado, quando quase conseguiu levar a disputa pelo governo ao 2º turno.
Apesar de ter deixado o PR e ter feito oposição a seu antigo grupo, que apoiava Silval, Mendes não perdeu nem apoio e nem a simpatia dos republicanos. Seu desafio, contudo, conforme pontua Edson, será conseguir equilibrar na bandeja o apoio do PDT e uma possível aliança com o PT.