O Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) notificou todos os vereadores da Câmara de Cuiabá para prestarem esclarecimento sobre o possível beneficiamento no esquema investigado na operação "Aprendiz", deflagrada ontem, com o cumprimento de mandados de busca e apreensão na casa e no gabinete do presidente do legislativo, João Emanuel (PSD).
Segundo o Gaeco durante as investigações, o grupo teve acesso a uma gravação na qual João falaria a um interlocutor que todos os parlamentares de Cuiabá são beneficiados com o esquema de supostas fraudes de licitação. Além dos mandados de busca e apreensão, a Justiça afastou Emanuel da presidência, em liminar concedida pela juíza Selma Rosane Santos Arruda.
A notificação dos vereadores foi, esta manhã, na sede da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, onde a Câmara realizou sessão por causa de problemas com energia no prêdio do Legislativo.
O primeiro vice-presidente Onofre Júnior que já foi notificado para assumir a presidência disse que todos os parlamentares terão de dar esclarecimentos ao Gaeco. "Existe uma gravação do João Emanuel que compromete todos na Câmara", esclareceu Onofre
Operação Aprendiz- O Ministério Público do Estado de Mato Grosso, por meio do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), deflagrou ontem, a "Operação Aprendiz", que tem como alvo desbaratar um esquema criminoso de desvio de dinheiro público através de fraude em licitação no âmbito das compras realizadas pela Câmara Municipal de Cuiabá.
Esta manhã oito mandados de busca e apreensão estão sendo realizados sendo eles na Câmara Municipal de Cuiabá, na residência do presidente João Emanuel, na gráfica Propel, no cartório Segundo Serviço Notarial e Registral de Várzea Grande, em um escritório de contabilidade, e três residências na capital.
De acordo com o Gaeco, o presidente da Câmara Municipal, João Emanuel Moreira Lima, estaria envolvido em um esquema de falsificação de documentos de terrenos. Os imóveis estariam sendo usados em garantia para agiotas na captação de dinheiro para sua futura campanha de Deputado nas eleições em 2014. Segundo o Gaeco, os terrenos seriam pagos aos proprietários com oferta de participação em processos licitatórios fraudados na Câmara Municipal.
Pedido de afastamento- A pedido do Gaeco foi decretado, ontem, o afastamento liminar de João Emanuel da função de presidente da Câmara Municipal. A Juíza Selma Rosane Santos Arruda, fundamentou em sua decisão: "Assim certamente o afastamento de João Emanuel da presidência da Câmara irá contribuir com as investigações, permitindo que documentos sejam localizados e testemunhas sejam ouvidas sem o constrangimento de estarem prestando declarações contra a chefia"