Cerca de 50 servidores da Câmara de Cuiabá foram demitidos, ontem, superando em quase 100% a estimativa de cortes prevista pelo presidente da Casa, vereador João Emanuel (PSD). Com o objetivo de reduzir custos na folha de pagamento, a fim de ganhar margem em relação à Lei de Responsabilidade Fiscal, que estabelece como limite máximo de gastos com pessoal o equivalente a 70% do orçamento do Legislativo, ele estimava que fossem necessárias aproximadamente 25 demissões, o equivalente a 20% do quadro de funcionários comissionados.
João Emanuel reconhece que a redução da verba indenizatória dos parlamentares por meio de liminar amenizou o impacto dos cortes previstos, mas um dos fatores que influenciaram no aumento de cortes também foi a dívida com o Instituto de Previdência dos Servidores de Cuiabá (CuiabáPrev).
O presidente relata que a decisão pelas demissões foi a mais difícil de sua administração, mas pondera que o momento que o país vivencia pede cada vez mais rigor com os gastos públicos. "A população nas ruas está pedindo para fazermos mais com menos custos e estamos tentando ouvir esse clamor. Cortamos na própria carne", destacou.
Apesar de demitir quase o dobro de funcionários previstos, o vereador alerta que novos cortes ainda não estão descartados. De acordo com ele, a Câmara fará um estudo rigoroso do comportamento da folha de pagamento a partir deste mês e, conforme o resultado, poderá realizar novas demissões em setembro.
Além do corte de funcionários, para sanear as contas da Casa, foram suspensos novos investimentos, como aquisição de aparelhos de informatização do processo legislativo, previstos no início da gestão.