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Disputa pelo governo de Mato Grosso pode ficar polarizada

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Os últimos movimentos do juiz federal Julier Sebastião da Silva de sinalizar pelo início de uma caminhada político-eleitoral deverá polarizar a disputa pela sucessão do governador Silval Barbosa (PMDB) em 2014, já que o peemedebista não pode mais disputar o mandato de chefe do Executivo, pois foi reeleito em 2010.

Essa polarização tem grandes chances de acontecer no campo judicial, principalmente se o opositor for o senador Pedro Taques (PDT), que desde que chegou ao Senado da República sempre criticou aqueles que deixavam o mandato na metade de oito anos para disputar novas eleições, mas diria que também vai assumir essa condição convencido pela real possibilidade da oposição vencer as eleições após 12 anos de mandato do grupo liderado pelo senador Blairo Maggi e pelo governador Silval Barbosa, que antes foi eleito vice.

A sinalização do PR quanto a um possível apoio a Julier Sebastião da Silva, vinda pela mãos do seu maior líder na Assembleia, o deputado Mauro Savi, homem de extrema confiança do senador Blairo Maggi, é fruto da judicialização do processo eleitoral promovido pelo próprio senador Pedro Taques, que navega na esfera por ter sido procurador da República e por assumir o discurso de que “é preciso que os homens de bem ocupem os espaços políticos para que eles não sejam ocupados por corruptos”, lema este inclusive que faz parte do site do senador pedetista.

Outro motivo que tem levado os republicanos a essa condição é o fato do senador Blairo Maggi, que tem um estilo próprio de fazer política, poder ou não disputar as eleições na sucessão do seu sucessor, Silval. Com a tendência em não disputar, não restaria aos republicanos se não agarrar o grupo que dá sustentação política ao governador Silval Barbosa que, se concluir as obras e fechar seu governo em grande estilo, teria o condão de interferir na sucessão eleitoral, até mesmo pelo fato das oposições não conseguirem afinar o discurso num único sentido.

O espólio de Silval Barbosa e da forte aliança de partidos que lhe deram a reeleição em 2010 não pode e não deve ser desprezado, tanto é que o juiz federal está percorrendo o caminho partidário em busca de sustentabilidade à sua pretensão eleitoral, que mesmo sendo em defesa do atual grupo político do governador, chega com novas propostas e com a possibilidade de convencer a sociedade de que é possível mudar e fazer melhor.

Julier Sebastião da Silva não assume a condição de candidato, até mesmo por uma questão de legalidade, já que a Lei Orgânica da Magistratura Nacional (Loman) não deixa dúvidas de que os magistrados não podem e não devem militar no campo político eleitoral. Só que as últimas sinalizações demonstram que o magistrado está determinado a deixar a toga e enfrentar as urnas e os eleitores.

O discurso de Julier como candidato seria o mesmo de Pedro Taques, só que agora, Taques já tem quatro anos como senador e como as manifestação das ruas não pouparam nenhum dos atuais detentores de mandato, leia-se políticos, resta saber se o espólio eleitoral dos manifestantes tem uma tendência a cair no colo de um novato com uma conduta de retidão profissional inabalada ou em quem foi operador do Direito mas já é político e como tal vive de dar explicações de falhas cometidas no exercício do cargo.

O desempenho do magistrado tem sido tão forte nos meios partidários que siglas como o PT, na qual militou quando estudante de Direito, já reafirma sua disposição em ter o mesmo como candidato petista ao governo do Estado e poder disputar em igualdade de condições e com chances de vitória, fato almejado pelo PT, que nunca ameaçou estar próximo do poder em Mato Grosso.

Bastou uma cunha do PR em admitir ter uma candidatura nova como de Julier para assanhar outros partidos, inclusive os ditos da oposição, que já mandaram emissários para convencer o magistrado a estar numa sigla de oposição aos atuais ocupantes do Governo do Estado.

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