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Câmara Federal aprova projeto e MT pode ter mais 20 municípios

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A Câmara Federal aprovou, ontem à noite, o Projeto de Lei Complementar 416/08, que devolve aos Estados a autonomia de legislar sobre as emancipações. Com isso, 20 municípios podem ser criados em Mato Grosso. Alguns distritos estão localizados na região Norte: Boa Esperança do Norte, de Nova Ubitaran/Sorriso, União do Norte, de Peixoto de Azevedo, Japuranã, de Nova Bandeirantes, Nova Fronteira, de Tabaporã, além de Salto da Alegria, de Paranatinga; Capão Verde, de Alto Paraguai; ; Guariba, de Colniza; Nova União, de Cotriguaçu; Santa Clara do Monte Cristo, de Vila Bela; Rio Xingu, de Querência; Espigão do Leste, de São Félix do Araguaia; Novo Paraíso, de Ribeirão Cascalheira; Paranorte, de Juara; Cardoso do Oeste, de Porto Esperidião; Santo Antônio da Fontoura, de São José do Xingu; Ouro Branco do Sul, de Itiquira; Conselvan, de Aripuanã;  Veranópolis do Araguaia, de Confresa; Brianorte, de Nova Maringá e Rondon do Parecis, de Campo Novo do Parecis. O deputado estadual José Riva (PSD) propôs a criação de 14 dos 20 futuros municípios.

Ao todo, foram 319 votos favoráveis, 32 contrários e duas abstenções na votação do texto que regulamenta a incorporação, fusão, criação e desmembramento de municípios, além de definir os distritos que podem ser emancipados depois da realização de plebiscito nos municípios.

Apesar da aprovação, os deputados federais fizeram alterações no projeto e em função disso, existe a necessidade de nova apreciação dos senadores. Em caso de sinalização positiva, segue para a sanção da presidente Dilma Rousseff (PT).

Riva comemorou a aprovação do projeto pelos deputados federais e afirmou que esta é uma vitória do municipalismo. “É importante devolver a autonomia aos estados sobre a criação dos municípios. Mato Grosso ainda esta em ocupação, com realidade diferente dos demais entes da federação como São Paulo, Paraná e por isso, necessita do surgimento de novas cidades para possibilitar melhor qualidade de vida à população com serviços públicos mais próximos”, explicou.

Na visão do deputado estadual, a Câmara Federal fez justiça ao aprovar o projeto. “Temos vários distritos que precisam ser transformados em municípios. Agora, é aguardar a nova votação no Senado Federal para dar continuidade ao processo de criação, obedecendo regras e realizando o plebiscito”, argumentou.

Presidente da Associação Mato-grossense de Áreas Emancipadas e Anexandas (Amaea), Nelson Salim Abdalla, acompanhou a votação em Brasília (DF) e destacou a proximidade da realização do sonho de inúmeros moradores dos distritos. “A criação de novos municípios faz justiça social com os moradores dos distritos, que atualmente ficam com as sobras, além de efetivar a dignidade da população na distribuição de recursos. Uma nova cidade será a possibilidade de levar serviços de saúde, educação, infraestrutura, agricultura familiar e saneamento básico para essas pessoas”.

Para a Câmara e Senado aprovarem, primeiro existe a necessidade de um requerimento dirigido à Assembleia Legislativa, assinado por 20% dos eleitores residentes na área que pretende se emancipar ou se desmembrar. No caso de fusão ou da incorporação de municípios, as assinaturas devem ser de 10% dos eleitores em cada uma das cidades envolvidas.

Outros requisitos são quanto à população, os distritos e municípios devem ter população ao menos igual ao mínimo regional, que é calculado segundo percentual incidente sobre a média nacional de habitantes dos municípios brasileiros. Para encontrar essa média, serão excluídos os 25% municípios mais populosos e os 25% menos populosos.

O mínimo regional de habitantes será de 50% dessa média para as regiões Norte e Centro-Oeste; de 70% para o Nordeste; e de 100% para o Sul e o Sudeste.

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