Ex-diretor geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antônio Pagot está à frente de um grupo de lideranças que se filiarão ao PTB em ato que será realizado no final deste mês. Na nova sigla, ele afirma que seu principal objetivo será o de realizar uma organização partidária. Desenvolverá trabalho semelhante ao que fez no PPS e no PR, onde liderou, junto com Moisés Sachetti a estruturação da sigla no interior do Estado culminando na eleição do senador Blairo Maggi (PR) ao governo em 2002.
A medida é a principal estratégia defendida pelo presidente da comissão provisória estadual do PTB, o ex-prefeito Chico Galindo, para alavancar a legenda para 2014. “Vamos construir um novo PTB em Mato Grosso”.
Convidado por Galindo, Pagot confirmou sua filiação em almoço ontem (5). Antes, o ex-republicano já havia sondado pela executiva nacional da sigla, que também aborda Maggi. Amigo de longa data de Pagot, o senador não esconde a vontade de deixar o PR e já foi procurado pelos colegas de Senado, Gim Argello (DF) e Fernando Collor de Melo (AL). No entanto, o ex-diretor pondera que sua ida para a agremiação petebista deve-se à motivos particulares e não estaria vinculada com a possível migração de Maggi.
Contudo, o republicano que é tido como o candidato favorito ao Palácio Paiaguás, poderá agregar o apoio do partido para sua possível candidatura. A situação põe um balde de água fria nos planos do ex-secretário da Copa, Eder Moraes, que iniciou as tratativas com o PTB para viabilizar seu projeto de candidatura ao governo.
A meta dos petebistas é conquistar uma cadeira de deputado federal e três vagas na Assembleia, mas a hipótese de candidatura majoritária não é descartada. Apesar de não fazer parte dos planos de Pagot concorrer nas eleições, ele já figura como opção para Câmara Federal. A executiva nacional pediu a Galindo que entrasse na disputa pelo posto de deputado federal, mas ele pretende se candidatar a deputado estadual.
Para conseguir a densidade eleitoral necessária, a estratégia do PTB é conquistar grupos de lideranças. As tratativas se intensificaram no início deste ano e agora Galindo tenta equilibrar as dissonâncias entre os diferentes grupos abordados. Para o ato que será realizado no fim deste mês, Pagot já garante a filiação de um grupo de amigos. A confirmação do ex-republicano pode barrar o ingresso de alguns nomes sondados anteriormente.
Além de Eder, são cogitados para engrossar a lista de nomes do PTB o ex-senador Antero Paes de Barros, o empresário Eduardo Moura e até o ex-prefeito Wilson Santos (PSDB).
O tucano já teria tido conversas iniciais e, segundo Galindo, seria muito bem vindo. Mesmo tido como militante histórico por colegas do PSDB, Wilson iniciou sua trajetória política no PMDB e passou pelo PDT antes de ingressar no tucanato seguindo os passos do ex-governador Dante de Oliveira.
Desta vez, o motivo seria a falta de respaldo do PSDB após a vitória de Carlos Avalone no diretório municipal de Cuiabá. Wilson Santo, para defender a candidatura derrotada de Leonel Mesquita, pedia aos tucanos que não votassem em um ex-presidiário, Carlos Avalone.