O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos (Sinterp) e membro do Fórum Sindical de Mato Grosso, Gilmar Bruneto, depôs, hoje, CPI do MT Saúde (programa de saúde dos servidores estaduais) apresentou denúncias com indícios de superfaturamento e uso de laranjas por parte de ex-gestores. A CPI informa que investigará “amplos ressarcimentos para alguns e a ausência de ressarcimento para outros usuários, a devolução à Secretaria de Estado de Administração de servidores de carreira que observavam as irregularidades cometidas; repasses no valor de R$ 7, 2 milhões pagos para uma empresa prestadora de serviços”. O sindicalista pediu investigação ainda sobre os gastos com passagens áreas e citou indício que festas e outros gastos eram faturados como passagens. Nas faturas de combustível, cerca de R$ 20 a 40 mil/mês, as informações são que gastos com Wiski eram faturados como combustível. Outro apontamento é para o superfaturamento na cobertura de procedimentos.
O deputado Walter Rabello, que presiden a comissão, disse, após o depoimento, que “houve malversação do dinheiro público, isso ficou claro”. Ele abriu os trabalhos apresentando uma carta feita pelo representante legal de uma empresa de saúde, Sidney Starch Dutra, afirmando que foram utilizados como “laranjas” os nomes dele e de sua irmã (o nome não foi divulgado) em negócios feitos com o MT Saúde. Rabello disse que no texto fica evidenciado o uso de laranja na gestão.
O relator da CPI, deputado Emanuel Pinheiro, disse, que “é no mínimo estranho que em todo tempo de sociedade, Dutra não tenha tido acesso ao que ocorria e não sabia sobre o uso de seu nome. Ele será convocado para falar à CPI”.
A próxima reunião da CPI do MT Saúde será em 3 de abril e vão ser coletados outros depoimentos.
Durante vários meses, hospitais, clínicas e laboratórios deixaram de atender servidores estaduais, em dezenas de cidades mato-grossenses, devido a atrasos nos pagamentos feitos pelo MT Saúde.