O deputado Ademir Brunetto (PT) coloca desde já seu nome na disputa à presidência do diretório estadual, hoje sob responsabilidade de Willian Sampaio. As eleições diretas do PT ocorrem em novembro, mas o parlamentar antecipa campanha, e não dispensa a oportunidade de "alfinetar" membros da direção estadual. De antemão, avisa que defenderá o afastamento do partido da base governista.
Brunetto não poupou críticas à posição de líderes do PT estadual, que de forma geral, não estariam contribuindo para a promoção de melhorias para Mato Grosso. Se referiu ao vínculo direto do PT com a base do governador Silval Barbosa (PMDB).
"No interior as pessoas estão revoltadas com o governo, que não chega aos municípios do interior, que não realiza as promessas que fez desde que assumiu a gestão da máquina pública", disparou. E emendou o alerta ao afirmar que aumentará o tom dos avisos, na Assembleia Legislativa, sobre a urgência das mudanças na administração de Mato Grosso.
O deputado também criticou a reforma administrativa, promovida pelo governo, em relação a mudanças de gestores. Para Brunetto, na prática houve parca evolução de ações, e bem longe do previsto.
A nacional do PT lançou calendário, ainda em 2012, com os procedimentos para realização do Processo de Eleições Diretas (PED) em 2013. No Estado, a legenda tenta recuperar espaço perdido, principalmente nas eleições de 2010. No período, os principais líderes, então deputado federal, Carlos Abicalil e a senadora Serys Marli, travaram verdadeira batalha interna pela condição de candidato ao Senado. Em tese, ela teria o direito de buscar a reeleição, mas foi vencida em consulta interna.
O grupo político ligado à Serys nunca aceitou a performance de Abicalil, dando sequência a um dos rachas mais emblemáticos do PT de Mato Grosso. A colheita foi desastrosa, com a não eleição de ambos. Hoje, o partido comanda uma das pastas de maior peso no governo, a da Educação, sob gestão do ex-deputado, Ságuas Moraes. Serys deixou os quadros do PT e estuda várias vias, como o PDT do senador Pedro Taques. Ela deverá retornar ao embate eleitoral, no pleito de 2014, apoiada por fortes líderes políticos de Mato Grosso.